O Departamento de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde de Suzano, interditou ontem a clínica de recuperação de dependentes químicos "Antuak Ltda", no distrito de Palmeiras, de onde teria saído o paciente João Farias Sobrinho, de 57 anos - encontrado morto em um carro, anteontem, em Mogi das Cruzes. O veículo em que Sobrinho estava era ocupado pelo dono da clínica e por outros dois funcionários e pacientes do estabelecimento, que foram presos em flagrante por homicídio (com dolo eventual) e exercício ilegal da profissão ou atividade.
A causa da morte da vítima está sendo investigada, bem como o motivo deles estarem transportando o cadáver sentado no banco traseiro do Gol, que foi parado por guardas civis que faziam "bico" de seguranças em uma pedreira e por dois policiais militares, na estrada Joel Hermenegildo Barbieri, na Pedreira, em Mogi.
Ao serem abordados, os três ocupantes do carro desceram e, quando os policiais viram o quarto homem morto, eles afirmaram estar transportando o paciente "para outra clínica ou um hospital particular", já que ele saiu de Suzano "passando mal". No entanto, a história não convenceu a polícia e nem os peritos, que avaliaram que, pelo estado da vítima e a curta duração do trajeto, ela deveria estar morta "há pelo menos quatro horas" e não havia nenhuma clínica ou hospital nas proximidades, além do fato de que deveriam ter chamado socorro.
A Prefeitura de Suzano informou que a clínica é "irregular" e que os responsáveis têm dez dias para desativá-la. A Vigilância já comunicou o Ministério Público sobre o caso. (C.I.)