A pré-candidatura do advogado Rodrigo Valverde à Prefeitura de Mogi das Cruzes nas eleições do ano que vem causou um racha no Partido dos Trabalhadores (PT) da cidade. Isso porque os vereadores petistas Iduigues Ferreira Martins e Clodoaldo Aparecido de Moraes consideraram o anúncio como "precipitado" e prejudicial ao processo de escolha do nome que poderá disputar o Executivo no ano que vem. Martins pediu, inclusive, para Valverde recuar do anúncio, e Moraes classificou com uma situação vexatória. Em contrapartida, Valverde, que preside o PT em Mogi, disse que o posicionamento dos parlamentares é motivada "por ciúmes" por não terem "saído na foto".
E o que era para ter sido um ponto a favor dos petistas, por ter sido a primeira legenda da cidade a apresentar de forma oficial um nome para a disputa, acabou por mostrar a continuidade de uma divisão existente há muitos anos dentro das lideranças petistas.
"Foi um posicionamento pessoal, que não representa a vontade do partido", avaliou Moraes. "Ele foi precipitado e prejudicou a construção da nossa chapa. Não sei o que o levou a fazer isso", questionou o vereador. "Foi um equívoco e não tem legalidade nenhuma", disse.
Já Martins usou um tom mais ameno nas críticas, mas não menos contundente. "Não se trata do nome oficial do partido. A escolha será anunciada apenas em abril ou maio do ano que vem", ressaltou. "A apresentação de um nome para disputar as eleições é a última etapa. Antes é preciso definir a chapa para vereadores, os possíveis pré-candidatos e, somente então, definir se iremos ter um nome na disputa ou se seria melhor compor com algum partido aliado", afirmou."Ele criou um fato político entorno do nome dele. O anúncio do atrapalha o processo de definição do melhor representante. Foi precipitado e faltou diálogo. O ideal seria recuar", destacou Martins.
Ciúmes
Valverde afirmou que não irá "recuar" e acusou a dupla de estar com ciúmes e de, neste momento, "estar próximo mais da candidatura do nome indicado pelo prefeito Marco Bertaioilli do que a indicação do PT". "Se eles forem contrários a minha pré-candidatura, estão se posicionando contra a decisão da diretoria do partido e, nesta situação, poderão ter que responder em instâncias superiores do partido", ameaçou. "Os vereadores não fazem parte da diretoria do partido e precisam conhecer o estatuto do partido que não veda a minha pré-candidatura", disse.