O novo episódio do Café Como de News recebe Vanessa Serra, presidente do Instituto Transforma, com sede na Vila Lavínia, em Mogi das Cruzes. Há cinco anos, eles trabalham, principalmente, com atividades para crianças e adolescentes, entre 6 e 16 anos, totalizando cerca de 380, além de contemplar adultos e idosos, esses últimos com aulas de vôlei, pilates e artesanato. O entidade fica localizada dentro de um canteiro de obras da empresa Elektra, onde Vanessa, que é educadora física, trabalhava como diretora financeira.
"A empresa cedeu para gente um espaço para um instituto, e começou com a alfabetização dos adultos. Eles eram mais idosos e trabalhavam nessa empresa. Às vezes precisávamos contratar motoristas, operadores de retroescavadeira, e a gente queria dar oportunidade para eles, que eram mais antigos na empresa, e não conseguíamos porque eles não eram habilitados. Eu comecei a pesquisar o que que estava acontecendo e descobri que era porque eles não eram alfabetizados, e não conseguiam tirar habilitação", contou Vanessa. Foi então que foi adquirido um contêiner que se transformou em sala de aula para alfabetizar esses adultos com uma pedagoga, e a partir dai puderam cursar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e se formaram.
Esse foi um grande marco para a presidente do Transforma. "Era lindo de ver, eles trabalhavam o dia todo, um trabalho pesado, chegavam, ficavam estudando até 21, 22 horas, e iam embora. No dia seguinte, cedo, estavam lá de novo para trabalhar, e conseguiram cumprir o objetivo deles. Então, foi onde nasceu o Instituto, e depois com a necessidade dos filhos deles, no contra-turno escolar, e abrimos uma academia de luta, com tatames, uma tenda, outra tenda, agora temos um monte de tendas. Quando Deus está no controle, o 'negócio' cria uma proporção que, se você me perguntar como, eu não consigo te explicar", disse Vanessa.
A equipe atualmente tem 80% dos professores são voluntários. "Nós temos a professora de musicalização, o professor de circo, a professora de pilates, que atende nossa terceira idade, professora de ginástica rítmica, esses todos são voluntários. Temos alguns professores que são remunerados, e temos uma parceria com o Vôlei Mania, que é parceiro do Instituto Maurício de Sousa. Nós somos a única instituição hoje que tem a licença de usar a imagem dos personagens. Então, quando tem festa junina, eles mandam. Já mandaram a Rosa e o Chico Bento, e agora, nessa última, a Mônica e o Cebolinha, os originais mesmo, é a coisa mais linda", destacou a presidente do Transforma.
O Vôlei Mania, segundo Vanessa, é uma escola de vôlei para crianças a partir dos 6 anos e também um time master formado por senhoras. "Nós temos dois times, um de Pindamonhangaba e um de Itaquá, que participam do Campeonato Paulista. Mas, as nossas crianças, ainda não. Mas eu pretendo logo, logo, no ano que vem, se Deus quiser, já começar a participar de alguns campeonatos. Não só com vôlei, mas com futebol e basquete também", contou.
Apoio
Vanessa é fundadora e idealizadora do Instituto Transforma: "Eu que fundei, que visualizei, e sonhei com isso. Eu era diretora financeira dessa empresa, e hoje eu já me desliguei, e me dedico 100% ao Instituto. O Instituto, hoje, não tem nenhuma verba municipal, federal ou estadual. Ele anda praticamente sozinho, através de doações, através das mães que vão lá, que são voluntárias também, que ajudam a gente no cadastramento das notas, porque a nossa única renda hoje é a nota fiscal paulista".
As notas podem ser doadas nas caixinhas disponíveis em supermercado, farmácia, loja de roupa. "Ainda é bem pouco, mas eu tenho certeza que vai aumentar, mais pessoas vão autorizar que possamos colocar nossas caixinhas para poder arrecadar", destacou.
As mães também ajudam na limpeza do espaço e na festa de aniversariantes realizada a cada final de mês. "Se não fosse a generosidade, o coração das pessoas, não daria certo, porque sozinhos não conseguimos fazer nada. Traz um ânimo pra gente, você ver pessoas ali se dedicando e acreditando no projeto", disse Vanessa.
Outro apoio importante é da empresa Elektra e por meio dos editais das leis de incentivo para atividades de musicalização e circo, além do vôlei e futebol. "Se não fosse por eles (Elektra), a gente não teria dado conta. E nós temos alguns projetos aprovados na Lei do Esporte, na Lei da Cultura, só que precisamos captar esses valores. Então, se tiver alguma empresa aqui em Mogi que tiver interesse em ajudar, que for do lucro real, não pode ser do lucro presumido. O imposto de renda, eles conseguem uma porcentagem ajudar a gente a conseguir executar os projetos que a gente tem aprovados", afirmou a presidente do Transforma.
As portas também estão abertas para quem tiver interesse em se tornar um voluntário. "Nós temos um grupo de WhatsApp que é dos voluntários. Então, se alguém tiver vontade de ser voluntário, é só mandar um WhatsApp para gente com os dados, e a gente inclui. Toda vez que tem alguma ação, a gente avisa ali o dia que vai ser, o horário, como que vai ser, e o pessoal vem", contou. O próximo evento será o Natal das Crianças, realizado em dezembro no próprio Instituto, que já está recebendo doações de brinquedos, roupas e calçados para presentear as crianças.
Futuro
Vanessa espera um grande futuro para o Instituto. "Eu vejo muito maior ainda. Se eu tiver a possibilidade de um dia ficar, se a empresa sair daquele lugar e aquele espaço ficar todo pra gente, eu vou querer construir piscina, e tenho certeza que eu vou conseguir, com a ajuda, óbvio, das pessoas. Mais uma outra quadra, cobrir a nossa quadra, porque o nosso grande problema lá é que a quadra é descoberta. Eu vejo assim, ali tudo pra gente, com piscina, vestiários, a nossa quadra coberta, e crescendo, crescendo. Com o transporte, que a nossa dificuldade hoje é que nós não temos um transporte, um ônibus, um micro-ônibus, para poder buscar essas crianças na comunidade", salientou.
O terceiro setor representa um importante papel, segundo a entrevistada, embora nem todos realizem um trabalho idôneo. "Infelizmente existem pessoas que usam do terceiro setor para se beneficiar de alguma maneira. Eu realmente não sei como, porque é muito difícil pra você conseguir qualquer certidão, pra participar de um edital, e tem toda a prestação de contas que você tem que fazer. Eu não sei qual que é a mágica que essas pessoas de má índole usam. Mas as instituições que eu conheço, eu vejo que é a mesma dificuldade que a gente, de conseguir uma verba, e estar ali, dedicando o melhor para aquelas crianças", disse Vanessa.
A presidente do Transforma conta que busca sempre oferecer o melhor: "A nossa vontade é dedicar o melhor, é você poder dar a melhor alimentação. Você vê muitas crianças que vão só com metade do tênis, que o pé cresce e corta o bico do tênis, o pé fica para fora. Então, a nossa vontade é de poder entregar o melhor para eles. E as instituições que eu conheço também têm essa vontade".
Mais informações, bem como doações para o Instituto podem ser realizadas através do site https://www.institutotransformavs.com.br/ e do Instagram @instituto.tranforma.
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