Apoio e transformação para crianças, jovens e idosos é o que oferece a organização da sociedade civil OIAEU, que tem sede em Ferraz de Vasconcelos, e hoje atua também em Mogi das Cruzes. O novo episódio do Café com Mogi News, produzido em parceria com a Padaria Tita, traz uma entrevista com a presidente da entidade, Célia de Fátima Carvalho. Ela é psicóloga, tendo trabalho na Prefeitura de Suzano; foi educadora de rua no ‘S.O.S Criança’; conselheira tutelar por dois mandatos em Ferraz, e hoje se dedica a gestão da OIAEU. 

O OIAEU completará, no próximo dia 23 de setembro, 24 anos. O trabalho, segundo Célia, começou com um grupo de amigos incomodados com a situação de crianças que trabalhavam nas ruas de Ferraz de Vasconcelos. "Resolvemos nos juntar para contribuir com a erradicação do trabalho infantil, e de lá para cá, nós começamos na cidade Ferraz de Vasconcelos, que é nossa matriz, e hoje também estamos em Mogi com alguns projetos e serviços", contou a entrevistada.

Em Ferraz, a organização social atua em sete serviços, somando mais de 600 pessoas beneficiadas. Na educação infantil, são duas creches (Centros de Educação Infantil - CEIs) onde são atendidas por volta de 300 crianças, e na área da Assistência Social, o trabalho abrange um serviço de convivência para crianças e adolescentes, com 200 atendidos no contraturno escolar e dois centros de convivência para idosos, que atendem 100 idosos, com um núcleo na periferia de Ferraz e outro no centro. Há ainda o serviço de acolhimento para pessoas em situação de rua, atendendo 30 pessoas.

Já em Mogi, a parceria recente com a Secretaria Municipal de Assistência Social para o serviço de atendimento para idosos a domicílio, uma república com duas casas para pessoas em situação de rua e um serviço de casa de passagem que atende 30 homens. "È um desafio e uma responsabilidade social muito grande para o OIAEU e a gente contribui tanto no município de Ferraz como de Mogi", contou Célia. 

A OIAEU ainda tem uma parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, que promoveu a Lei Paulo Gustavo e nós participamos de um projeto para promoção de oficinas culturais, e tem novidades para o próximo aniversário, segundo Célia: "No ano que vem vamos comemorar 25 anos de OIAEU, então apresentamos um projeto pela Secretaria de Cultura de Ferraz, que é o documentário sobre a nossa trajetória. Nós entrevistamos desde as pessoas que iniciaram a OIAEU até os momentos atuais".

Para atuar com públicos tão diversos, a organização social conta com uma grande equipe. "Tenho uma equipe muito boa. Cada serviço tem orientadores sociais, tenho pessoas como o Rodrigo Teles, que é da equipe de Marketing e também está à frente do projeto cultural do documentário. Nós participamos do carnaval em Ferraz com bloquinho, carro alegórico. Foi uma coisa simples, mas que fez um barulho bom na cidade, mostrando o nosso trabalho. Eu tenho uma equipe muito boa", ressaltou Célia.  

Para este mês de setembro, a OIAEU terá uma apresentação do documentário financiado pela Lei Paulo Gustavo, através da Secretaria de Cultura de Ferraz, e em outubro, vão participar das comemorações cívicas da cidade, que comemorará 71 anos no dia 14, juntamente com as secretaria também de Assistência Social, tendo a participação de crianças e idosos no carro alegórico da entidades.

Voluntários

A OIAEU também precisa de voluntários na área educacional. "Com a pandemia, por exemplo, acho que em todo o Brasil, em Ferraz e Mogi não foi diferente, mas em Ferraz, que atendemos crianças e adolescentes, no Serviço de Convivência nós temos crianças que estão em defasagem escolar, não sabem ler. Na orquestra juvenil que temos, por exemplo, eles não sabem ler as partituras, alguns têm dificuldade para participar porque a pandemia deixou esse caos, também na educação. Nós precisamos muito de voluntários nesta área, que ajudem a alfabetizar para contribuir com o fim dessa defasagem".

Para as creches, também há necessidade pessoas que possam cobrir períodos de licença de funcionários, o que poderia ser feito por pessoas que tenham alguma experiência ou até aposentados que queiram colaborar. No caso dos idosos, o desafio é com a tecnologia. "Nós temos o serviço de convivência para idosos e eles têm muita dificuldade com as redes sociais, não sabem chamar Uber, e isso é fundamental para eles. O grupo de WhatsApp que eles gostariam de aprender, então uma pessoa que pudesse dispor de algumas horas para ensinar a mexer no celular, eles gostariam muito e a gente não tem esse recurso". O serviço conta com outras atividades para os idosos como oficina de dança, coral, e oficinas de bordado, corporal e de ginástica. 

Os interessados em colaborar podem entrar em contato pelo telefone 4610-2079 ou pelo site https://oiaeu.org.br/

Planos 

Próximo de celebrar seus 25 anos, a OIAEU tem nos planos uma sede própria. "Temos uma parceria, que acho que ajuda todas as organizações, a Nota Fiscal Paulista. Com isso, as pessoas que quiserem doar, no site da própria Fazenda é possível fazer uma doação. Ela vai ao mercado, se ela entrar no site, só precisa colocar o CPF e a doação é automática e isso nos ajuda muito. Então, nós estamos com a Nota Fiscal Paulista já prevendo a possibilidade de compra da sede própria", contou Célia. 

A OIAEU também busca novas parcerias, como destaca a presidente da entidade: "Estamos com as portas abertas, temos nosso site, também o Facebook e Instagram. Acho que as empresas podem contribuir, como estamos em Mogi, que tem um polo industrial muito grande na cidade e a gente contribui muito com o município, com as políticas públicas e sociais. As pessoas físicas também fazem muitas doações". 

Terceiro setor 

O terceiro setor é um importante parceiro do poder público, contribuindo para a execução de políticas públicas. O segmento, segundo Célia, passou por uma mudança muito grande com o marco regulatório, que é a lei 13.019, de 2014: "É uma lei nacional que normatiza a atuação do terceiro setor. O terceiro setor não é um braço do governo. Tem o primeiro setor, que é o governo; o segundo que são as empresas, e o terceiro contribui com as políticas públicas, aquilo que o município não consegue fazer pela Lei de Responsabilidade Fiscal".

A OIAEU vem se destacando pela seriedade, compromisso social, e a defesa dos direitos humanos e da democracia. "Nós temos lado e posição política, e não partidária nem religiosa. O OIAEU não está ligado a nenhuma religião, ele respeita todas. Nós defendemos a democracia, defendemos o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso e também da pessoa em situação de rua. Nós queremos que as políticas públicas atinjam e tornem visíveis os invisíveis", salientou Célia. 

Célia espera um futuro melhor para todos: "Eu não sei se daqui 10 anos eu vou estar, ninguém é insubstituível, mas daqui 10 anos, eu gostaria que o OIAEU, as crianças e o nosso público tivessem mais garantia dos seus direitos. A fome no Brasil, e em Ferraz também não é diferente, que seja erradicada; que a gente consiga a sustentabilidade do país, da nossa cidade, tanto Mogi como Ferraz, e que não tenha crianças e mulheres sofrendo tanta violência doméstica e social. Eu acredito que a gente contribui com isso". Contribuindo para esse mundo mais promissor, a OIAEU também participa do Fórum da Criança e do Adolescente, que discute junto com os adolescentes sobre seus direitos. 

 

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