Referência no acolhimento de crianças e jovens em Mogi das Cruzes, a Associação Beneficente de Renovação e Assistência à Criança (ABRAC) comemora três décadas fazendo a diferença na vida de quem passou pela instituição, em um momento de vulnerabilidade da família. A entidade é o destaque do episódio desta terça-feira (16) do Café com Mogi News que entrevista sua presidente, Marli Ribeiro. A ABRAC iniciou as atividades em 1994, e dois anos depois ela começou a fazer parte da equipe que realiza um trabalho desafiador, mas também prazeroso com impacto positivo na vida dos jovens. 

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Advogada formada pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), onde trabalhou na Policlínica, Marli foi convidada para ajudar a regularizar o terreno da ABRAC e a documentação de crianças que não tinham certidão de nascimento, e não saiu mais da instituição. Sua inspiração vem dos pais que sempre procuravam ajudar o próximo, especialmente a mãe que era parteira. 

O trabalho da ABRAC, que atende crianças e adolescentes de zero até 18 anos, começou em uma unidade no bairro Moralogia, e hoje são quatro, incluindo duas Casas da Criança, que até 2018 eram administradas pela Prefeitura de Mogi das Cruzes e uma outra entidade, respectivamente. "Quando eu comecei não tinha nem Conselho Tutelar e hoje a Semas, Secretaria de Assistência Social é muito atuante nesta área, temos um apoio grande para trabalhar com a criança e adolescente", contou. 

Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a criança ou jovem que é encaminhado para a ABRAC pelo Conselho Tutelar ou o Judiciário pode permanecer acolhida por cerca de dois anos. Marli citou também o projeto Família Acolhedora, da Prefeitura de Mogi, que oferece um atendimento mais individualizado às crianças e jovens, com apoio de famílias cadastradas na Assistência Social. 

Segundo Marli, a ideia é que a criança não fique por toda a vida no acolhimento. "A gente luta muito para garantir o direito à escola, saúde, e vários outros atendimentos que a criança precisa", destacou. Na instituição, ela explica que o primeiro passo quando uma criança chega é uma uma intervenção rápida para saber como está a situação com a família, e há condições para que ela volte para casa sob o cuidado de algum parente próximo. A ABRAC conta com uma equipe de assistente social e psicóloga em cada unidade que faz a discussão da condução de cada caso, com o suporte da rede de apoio da Assistência Social.

Parcerias e desafios 

A ABRAC tem parcerias com a Prefeitura de Mogi e com os governos estadual e federal, que permitem que as crianças frequentem a escola e tenham acesso aos serviços de saúde e da Assistência Social, entre outros parceiros, que permitem que as crianças e jovens possam realizar atividades extracurriculares fora da entidade, retomando os vínculos com a sociedade. 

Para Marli, a entidade evoluiu muito ao longo desses 30 anos. "Eu trabalhei muito tempo sozinha, e hoje temos uma rede de atendimento. Eu tenho um problema, eu ligo para supervisora. Cheguei a trabalhar com dois educadores, e hoje são 23 funcionários em cada unidade, em torno de 90 funcionários no total", contou. 

O trabalho hoje se concentra no fortalecimento de vínculos para evitar que a criança seja acolhida e a família possa estar com ela no próprio território. "Nosso é que o trabalho diminua bastante, e menos crianças sejam acolhidas, que elas consigam ficar com as famílias", disse Marli. Ela também defende um maior acolhimento da escola em relação aos adolescentes, fortalecendo a Educação e também os vínculos familiares.  

A entidade busca novos parceiros e voluntários para desenvolver ações na externas ou na entidade, como a contação de histórias e teatro com as crianças. "Na Páscoa tivemos muitos voluntários e vários eventos com pessoas que se reuniram e fizeram caçaa aos ovos, orações. Agradeço a todos que levaram essa alegria para as crianças", contou Marli. 

Os interessados em colaborar podem entrar em contato pelo site https://abracmogi.com.br/ ou pelo telefone 4699-2955. 


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