Mogiana, formada em fisioterapia, a estrategista de imagem Suellen Sartorato é a entrevistada desta terça-feira (16) do Café com Mogi News. Ela conta como ela mesma precisou viveu momentos difíceis até conseguir se aceitar como é, e como trabalha isso hoje com outras mulheres, que encontram em seu trabalho uma verdadeira transformação. Como fisioterapeuta, ela explica que passou a entender o corpo feminino, e assim compartilhada com outras mulheres o processo que também vivenciou.
O trabalho desenvolvido pela estrategista foca no sucesso, seja profissional, pessoal ou familiar, e propõe uma mudança na essência de cada cliente, uma delas inclusive é a vice-prefeita Priscila Yamagami. Tudo é feito a partir do perfil comportamental, de acordo com a avaliação de Suellen. Seu objetivo é que a mulher conheça seu corpo e seu próprio estilo, a partir da comunicação que cada uma pretende passar. Os elementos de imagem, segundo ela, são representados como símbolos na roupa, nos acessórios e no corte de cabelo, e assim por diante, que vão expressar essa comunicação. Saiba mais nesta entrevista especial, com apoio da Padaria Tita, e o vídeo produzido pela empresa F-Studio - Comunicação Institucional formada pelos publicitários Felipe Claro e Carla Miranda.
Café com Mogi News: O que é a estratégia de imagem?
Suellen Sartorato: Fico feliz de poder trazer um pouco desse trabalho que é tão único, e às vezes, a gente ainda acha que a nossa imagem é fútil, porque nós aprendemos, ouvimos isso. Eu quero compartilhar que não existe nenhum tipo de futilidade, é muito mais trazer a essência para quem nós somos. Como estrategista de imagem, o meu foco são mulheres que querem alcançar o sucesso, independentemente de qual seja, seja profissional, pessoal, familiar, através desse resgate de quem ela é. A estratégia de imagem é quando nós entendemos primeiro o perfil comportamental dessa pessoa, até porque o intuito nunca vai ser montar um personagem. A primeira etapa é entender qual é o seu perfil, o seu ser, a sua identidade.
Numa próxima etapa é você conhecer seu corpo e o seu estilo, é saber qual é a comunicação que você quer gerar para as pessoas e nisso eu vou em um passo a passo ensinando todo esse processo. Quais os elementos de imagem que são representados como símbolos na nossa roupa, nos nossos acessórios, no corte de cabelo e assim por diante, que vai comunicar o que você deseja. Então a gente une o seu perfil, a sua identidade, com o seu desejo de imagem.
Eu faço todo o processo, desde corte de cabelo, o tipo de maquiagem, acessórios, peças de roupas, comportamento, forma de posicionamento, perfumes, porque até o cheiro traz uma conexão. A gente trabalha todo esse processo visual, porque de acordo com estudos a nossa comunicação visual e comportamental conta como 93%. A sua fala é um fechamento desse processo visual que você já colocou para outra pessoa. Quando a mulher me procura, a gente tem cada um desses passos e essa estratégia final para chegar ao sucesso que ela deseja.
CCMN: Como foi sua trajetória?
Suellen: O meu problema foi pessoal. Hoje eu tenho como missão, porque quando eu ajudo mulheres, eu percebo que eu ganho mais vida para mim mesma. Eu nasci com uma deficiência congênita e eu tive muito problema de autoaceitação, de autoimagem e autoestima. Eu tive depressão, eu tentei suicídio, foi um problema muito interno. Eu sou fisioterapeuta de formação, e entendi o corpo feminino. Hoje eu consigo saber o que uma mulher sente por esse processo ter se passado comigo. Minha formação me faz ter muito mais facilidade de entender o corpo da mulher para saber quais peças colocar. Eu trabalhei nove anos na prefeitura, fiquei como ouvidora da saúde, então eu aprendi a ouvir mulheres, a entender esse processo.
Eu consigo até entender muito mais fácil essa vida política por ter trabalhado muitos anos lá, mas é uma área que me gerou um pouquinho de estresse. E falei: 'eu preciso de um hobby, eu preciso de um momento para eu me desestressar'. Eu comecei a gravar vídeos como influenciadora digital há oito anos. Nesse processo eu vi que as pessoas estavam acreditando muito na minha fala, então eu vi a necessidade de estudar. Eu busquei uma pós-graduação voltada para consultoria de imagem, porque como eu já falava um pouco do meu processo, mas eu tinha necessidade de poder ter autoridade na minha fala. Fui para uma das maiores universidades de artes de São Paulo, e fiz uma pós-graduação voltada para consultoria, onde eu pensei: 'é isso que eu quero'. Pedi exoneração da prefeitura, fui estudar na Itália para trazer mais bagagem ainda.
Esse é o meu propósito. Eu entendi que realmente existe uma missão muito maior e a cada dia eu vejo que quanto mais eu ajudo mulheres, mais vida eu ganho. Eu entendi que aquele processo que eu tentei tirar a minha vida, quando eu ajudo mulheres, eu continuo ganhando vida. Quando eu vejo mulheres, independentemente da idade, do corpo, de como elas são ou o que fazem, eu consigo através desse processo fazer as etapas, porque eu vivi na prática. Foi aí que começou a minha vida como estrategista.
CCMN: Um de seus trabalhos é com a vice-prefeita, da Priscila Yamagami, e ela comentou que é um resgate interno mesmo. Como é esse trabalho?
Suellen: A Pri (Priscila Yamagami) hoje é uma das minhas clientes, e eu fico feliz e honrada de poder estar como estrategista da primeira vice-prefeita de Mogi. É muito incrível poder fazer parte desse processo com ela. Uma das coisas que eu coloquei foi a gente não vai te transformar em uma pessoa que você não é. É um primeiro ponto dentro do meu método, muito bem estruturado. Nós estamos ainda nesse processo, que está praticamente ainda na metade e ela é exatamente isso.
Chega um momento da nossa vida, e isso eu acredito que todas as mulheres já passaram, principalmente na pandemia isso aumentou, que a gente não sabe mais quem é, o que representa a nossa imagem, o que de fato a gente gosta, porque durante quase três anos, nós ficamos vestindo pijama e moletom todo dia. Se nós analisarmos de fato, a maioria teve um processo de desalinhamento, e não é diferente de 100% das mulheres que me buscaram.
CCMN: Você sentiu uma procura maior nesse periodo?
Suellen: Eu atendi mais nesse final da pandemia do que antes, e eu já estou nessa área há cinco anos. Se eu for analisar, também tem esse “boom” porque hoje as mulheres estão conseguindo crescer também na carreira. Quantas mulheres na pandemia decidiram ser empresárias, só que eu preciso me comunicar com um público certo, eu preciso transmitir o que eu desejo. Desse processo da pandemia, eu tive realmente um crescimento muito grande, porque eu preciso ter essa segurança visual para vender um produto, para crescer na minha empresa, para saber quem eu sou depois da pandemia.
CCMN: E você já ultrapassou as fronteiras de Mogi?
Suellen: A gente já alcançou 14 países através da minha metodologia. Quando eu peguei uma aluna do Japão, eu falei: 'que legal, o outro lado do mundo'. Na pandemia, eu estruturei ainda melhor o meu método para conseguir atender pessoas de todos os lugares. Hoje eu tenho uma equipe e estruturamos alguns cursos online. Nós temos uma esteira de produtos, que são desde estilo, cores, acessórios. Tem um pouco mais completo, porque são as etapas do processo de consultoria. A gente consegue atingir um maior público de pessoas, mas eu também atendo de forma personalizada. Na pandemia, eu desenvolvi todo uma metodologia para conseguir atender 100% no online, então independente de onde a mulher está, ela consegue acessar todos esses produtos, ter o meu acompanhamento e da minha equipe e conseguir fazer essa união entre perfil, o desejo e a comunicação final.
CCMN: O empreendedorismo também é uma vertente do seu trabalho, você traz também essa questão da imagem?
Suellen: Na verdade, essa parte da imagem da estratégia para empreendedoras é conseguir que elas se posicionem no mercado de trabalho. Meu objetivo ainda não é a formação de consultoras, é o nosso próximo passo entrar como formação, porém até o momento nós atendemos mulheres que querem se posicionar, por exemplo, no mercado digital, elas querem se posicionar através da imagem nas redes sociais ou no offline também. A minha função é trazer essa imagem projetada ao público que ela quer atingir.
CCMN: Quais dicas você daria para quem quer melhorar a imagem?
Suellen: Eu falo que a dica às vezes a gente esquece, por isso que muito mais do que uma dica, é realmente a pessoa entender esse processo visual. Uma das coisas que vocês já podem começar a praticar em casa, primeiro é saber o que que você gosta de fato? Tem um filme que eu adoro que é “Noiva em Fuga”, e o que acontece, ela terminava o namoro porque tinha medo de casar, só que uma das coisas que mais me chama atenção nesse filme, é que a cada namorado, a cada noivo diferente, ela comia um tipo de ovo. Era interessante isso, com um namorado ela falava que gostava de poche, com outro, de mexido, mas na verdade ela não gostava, era porque eles gostavam. Tem uma parte do filme que ela faz todos os ovos para ver o que ela gosta, o que a representa. Isso é um grande passo que a gente precisa: 'o que eu gosto? o que me representa como pessoa, como mulher, como empreendedora, como uma mulher que deseja um sucesso?'.
Nós mulheres temos muitos processos de comparação, e eu nunca sei o que eu gosto, o que realmente me representa, então é um primeiro um processo. Olhe o seu guarda-roupa, ele conta a sua história, quem você é? Porque não adianta a gente só comprar uma tendência e achar que vai funcionar. Às vezes na amiga ficou maravilhoso, mas em você fica péssimo, porque você tem o seu gosto, você tem as suas particularidades. E nesse processo, você conhece o seu corpo? Às vezes a gente não se olha mais no espelho e não tem mais esse processo visual para conseguir potencializar algo. Se você não conhece o seu corpo, como é que você vai trabalhar na sua melhor versão?
Eu tive várias alunas que não tinha espelho em casa, porque o processo de autoaceitação era tão terrível que a pessoa deixou de ter espelho. Então vamos lá: 'meu guarda-roupa me representa?' é um primeiro passo; 'ele fala quem eu sou?', às vezes a gente tem peças de 10, 20 anos, um monte de peças que não estão contando a sua história.
Segundo ponto, se olhar, se observar. 'O que eu gosto no meu corpo que eu posso potencializar?', trabalhe com ele a seu favor, trazendo peças que vão potencializar essa parte do corpo.
CCMN: Quais são seus planos para o futuro?
Suellen: Acredito que até o próximo ano nosso foco realmente é trazer um processo de formação para consultoras, onde mulheres vão ter um reconhecimento também pelo MEC. Esse é o nosso objetivo, trazer essa formação baseada em todos os meus estudos, no exterior e no Brasil também, trazendo essa bagagem para que elas consigam aplicar e rentabilizar. Hoje a gente já tem alguns serviços disponíveis, alguns cursos online e mentorias. Por exemplo, a pessoa já é consultora, mas não consegue vender, não consegue se propagar, eu entro com a mentoria.
(Colaborou Eduarda Martins)