A Rússia lançou, durante a madrugada deste domingo (7), o maior ataque à capital da Ucrânia desde o início da guerra. Moscou utilizou mais de 800 drones e mísseis, matando pelo menos três pessoas e ferindo 18, de acordo com as autoridades ucranianas. Duas das mortes são de uma mãe e seu filho de três meses, cujos corpos foram retirados dos escombros pelas equipes de resgate, anunciou o chefe da administração municipal de Kiev, Tymur Tkachenko. Este "foi o maior ataque russo com drones desde o início" da invasão da Ucrânia, afirmou o porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, Yuriy Ihnat, em declarações à agência Associated Press. Na sequência do ataque, um incêndio atingiu o último andar de um edifício administrativo no distrito de Pechersk, onde se encontram órgãos governamentais, incluindo gabinetes de ministros. Até agora, a Rússia evitou atingir edifícios governamentais no centro da capital ucraniana. "Pela primeira vez, um edifício governamental foi danificado por um ataque inimigo, incluindo o telhado e os andares superiores", disse a primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, adiantando que o prédio "será restaurado, mas as vidas perdidas não podem ser recuperadas". Além disso, destroços de drones russos atingiram edifícios residenciais de quatro andares nos distritos de Sviatoshynskyi e Darnytskyi, em Kiev, de acordo com o presidente da Câmara, Vytaly Klitschko. Quase todos os drones foram abatidos Esse ataque de grandes dimensões foi o segundo com drones e mísseis russos a atingir Kiev num período de duas semanas, no momento em que as esperanças de conversações de paz diminuem a cada dia. Segundo a Força Aérea, a Ucrânia conseguiu abater e neutralizar 747 drones e quatro mísseis, mas houve nove impactos de mísseis e 56 ataques em 37 locais de todo o país, tendo os detritos das armas caído em oito áreas. O ataque ocorreu depois de os líderes europeus terem pressionado o presidente russo, Vladimir Putin, para negociar o fim da guerra, com 26 aliados da Ucrânia prometendo enviar tropas como "força de segurança" para o país invadido, assim que os combates terminarem. Nesse sábado, Zelensky rejeitou a proposta de Putin para um encontro presencial em Moscou, afirmando que o líder russo "pode ir a Kiev" se quiser realmente construir pontes e negociar o fim da guerra. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Rússia bombardeia várias regiões ucranianas durante a madrugada Zelensky: garantias de segurança para Ucrânia serão elaboradas Zelensky rejeita proposta russa de encontro em Moscou