O governo alemão não aprovará nenhuma exportação de equipamentos militares que poderiam ser usados na Faixa de Gaza até segunda ordem, disse o chanceler Friedrich Merz na sexta-feira (8), em resposta ao plano de Israel de expandir suas operações militares no local. O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano no início da sexta-feira para assumir o controle da Cidade de Gaza, uma medida que expande as operações militares, apesar da intensificação das críticas no país e no exterior sobre a guerra devastadora de quase dois anos. Merz disse que era direito de Israel desarmar o Hamas e buscar a libertação dos reféns israelenses. "O governo alemão acredita que a ação militar ainda mais dura na Faixa de Gaza, decidida pelo gabinete israelense na noite passada, torna cada vez mais difícil ver como esses objetivos podem ser alcançados", afirmou Merz em um comunicado. "Nessas circunstâncias, o governo alemão não aprovará nenhuma exportação de equipamento militar que poderia ser usado na Faixa de Gaza até segunda ordem." Os aliados de extrema-direita da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu têm pressionado por uma tomada total de Gaza como parte de sua promessa de erradicar os militantes do Hamas, embora os militares tenham alertado que isso poderia colocar em risco a vida dos reféns restantes. A libertação dos reféns e as negociações para um cessar-fogo são as prioridades da Alemanha, disse Merz, expressando profunda preocupação com o sofrimento dos civis na Faixa de Gaza. O Parlamento da Alemanha informou em junho que licenças de exportação de equipamentos militares para Israel no valor de 485 milhões de euros (US$564 milhões) foram concedidas entre 7 de outubro de 2023 e 13 de maio de 2025. Relacionadas ONU: plano de tomada de Gaza precisa ser interrompido imediatamente Netanyahu quer que Israel assuma o controle de toda a Faixa de Gaza