Um veterano do Exército dos Estados Unidos que lançou uma caminhonete contra uma multidão de pessoas que celebravam o Ano Novo havia jurado lealdade ao Estado Islâmico, mas agiu sozinho no ataque que matou pelo menos 14 pessoas, disse o FBI nesta quinta-feira (2). O suspeito, que foi morto a tiros no local após disparar contra a polícia, foi identificado como Shamsud-Din Jabbar, texano de 42 anos que já serviu o Exército dos EUA no Afeganistão. Ele dirigiu de Houston para Nova Orleans em 31 de dezembro e postou cinco vídeos no Facebook entre 1h29 e 3h02 da manhã do ataque, nos quais dizia apoiar o Estado Islâmico, o grupo militante islâmico com combatentes no Iraque e na Síria, informou o FBI. No primeiro vídeo, Jabbar explica que já havia planejado ferir sua família e amigos, mas estava preocupado que a cobertura da mídia não se concentrasse na "guerra entre os crentes e os descrentes", disse o vice-diretor assistente do FBI, Christopher Raia, em uma coletiva de imprensa. Jabbar também disse nos vídeos que havia se unido ao Estado Islâmico antes do verão passado e forneceu seu testamento, disse o vice-diretor do FBI. "Esse foi um ato de terrorismo", disse Raia. "Foi premeditado e um ato maligno." As autoridades de Nova Orleans disseram que o jogo de futebol americano universitário Sugar Bowl, que havia sido programado para quarta-feira em uma tradição do Dia de Ano Novo, será realizado na tarde de quinta-feira. A cidade também sediará o Super Bowl, a final da Liga Nacional de Futebol Americano dos EUA (NFL) no próximo mês. O FBI disse que não parece haver nenhuma ligação entre o ataque em Nova Orleans e o episódio em Las Vegas no mesmo dia em que um Tesla Cybertruck lotado de botijões de gasolina e fogos de artifício explodiu do lado de fora do Trump International Hotel em Las Vegas, poucas semanas antes do retorno do presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump à Casa Branca em 20 de janeiro. As vítimas feridas no ataque em Nova Orleans incluíram dois policiais feridos por tiros disparados pelo suspeito, que ocorreu apenas três horas após o início do ano novo na Bourbon Street, no histórico Bairro Francês. Pelo menos 15 pessoas foram mortas, incluindo o suspeito, informou o FBI. Entre as vítimas estavam a mãe de uma criança de 4 anos que acabara de se mudar para um novo apartamento depois de ser promovida no trabalho, um funcionário do setor financeiro de Nova York e estudante-atleta talentoso que estava visitando sua terra natal para as festas de fim de ano e uma aspirante a enfermeira de 18 anos do Mississippi. As testemunhas descreveram uma cena horrível. "Havia pessoas por toda parte", disse Kimberly Strickland, de Mobile, Alabama, em uma entrevista. "Ouvimos um guincho, a rotação do motor e um impacto enorme e alto e, em seguida, as pessoas gritando e os destroços -- apenas metal -- o som de metal esmagando e corpos." Enquanto isso, as autoridades de outras cidades norte-americanas disseram ter reforçado a segurança, inclusive na Trump Tower e na Times Square, em Nova York, acrescentando que não havia ameaças imediatas. Em Washington, a polícia também afirmou ter aumentado a presença enquanto a capital se prepara para sediar três grandes eventos em janeiro: a certificação da vitória eleitoral de Trump pelo Congresso, em 6 de janeiro; o funeral de Estado do ex-presidente Jimmy Carter, em 9 de janeiro, e a posse de Trump, em 20 de janeiro. *É proibida a reprodução deste material. Relacionadas Itamaraty divulga nota de repúdio ao ataque de Nova Orleans Caminhão atropela multidão em cidade dos EUA e deixa 10 mortos