A passagem de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, será reaberta nesta sexta-feira (31) e não no domingo (2), como foi estabelecido no acordo entre Israel e Hamas, para permitir a saída de feridos, segundo a comunicação social israelense. A reabertura da passagem de Rafah foi divulgada pelo canal público israelense Kan, citando fontes oficiais palestinas. Uma fonte do Crescente Vermelho egípcio disse à agência de notícias EFE que a passagem de Rafah [entre Gaza, Egito e Israel] foi reaberta do lado palestino, ainda que não tenha havido, até o momento, “alguma entrada ou saída” do enclave. A organização acrescentou que pelo menos 50 feridos podem sair do território hoje, embora não tenha adiantado mais detalhes. A passagem de fronteira, que está sob o controle das autoridades israelenses desde o início da ofensiva na Faixa de Gaza, será controlada pela Eubam - a missão de segurança europeia que enviará tropas comunitárias -, conforme acordado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) na segunda-feira, e também por moradores de Gaza não afiliados ao Hamas e autorizados por Israel. O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, disse aos jornalistas que a Espanha manifestou disponibilidade para participar da Eubam em Rafah. A razão dessa alteração na reabertura da passagem de Rafah, segundo o jornal The Jerusalem Post, foi a troca de reféns por prisioneiros palestinos, que ocorreu nessa quinta-feira e não estava prevista no acordo original. Com o início da guerra na Faixa de Gaza, Israel assumiu o controle total da passagem de Rafah, a principal via tanto para a entrada de ajuda humanitária quanto para a saída de moradores de Gaza doentes e feridos durante os mais de 15 meses de ofensiva militar israelense. Entretanto, em maio último, as tropas do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, começaram a invadir a cidade de Rafah, no sul do enclave, apesar da oposição do ex-presidente norte-americano, Joe Biden, ocuparam a passagem, que foi fechada. A ação militar agravou a já significativa crise humanitária no enclave palestino. Até o acordo de cessar-fogo, Israel só permitia ocasionalmente que a passagem fosse aberta para a entrada de alguns caminhões que transportavam ajuda humanitária, insuficiente para uma população faminta, e para a saída de pequenos grupos de pessoas doentes. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Moradores de Gaza voltam para o norte após acordo sobre reféns Papa pede que acordo de cessar-fogo em Gaza seja respeitado Israel adia libertação de prisioneiros após entrega caótica de reféns