A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai nesta quinta-feira (5) com o objetivo de finalizar um acordo comercial há muito aguardado entre a União Europeia e o bloco sul-americano Mercosul. "A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas", disse von der Leyen em uma publicação no X. Também em publicação no X, o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, deu as boas-vindas a Von der Leyen à região e afirmou que "Mercosul e União Europeia nunca estiveram tão próximos". "A integração dos nossos mercados e a reafirmação dos nossos compromissos democráticos nos fará chegar mais longe juntos!", escreveu. Welcome, President @vonderleyen! Mercosur and the European Union have never been so close. Our markets integration and the reaffirmation of our democratic commitments will take us further together! 🇧🇷 🇪🇺 https://t.co/Q26ryIunq2 — Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) December 5, 2024 Os países do Mercosul se reunirão em Montevidéu nesta quinta-feira, em meio a sinais de que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai usará o evento para anunciar a conclusão do acordo comercial, que seria o maior fechado pela UE em termos de redução de tarifas. Três fontes envolvidas nas negociações disseram que o acordo foi fechado e que será anunciado na sexta-feira (6) pelos chefes de Estado do Mercosul e por Von der Leyen, depois que ambos os lados conseguiram resolver os detalhes finais sobre questões ambientais e compras governamentais. "Tudo correu como esperávamos. Chegamos a um acordo que foi suficiente para ambos os lados", disse uma fonte sul-americana envolvida nas negociações que pediu para não ser identificada, pois o acordo ainda não é público. Von der Leyen, que está no início de seu segundo mandato, enfrenta oposição ao acordo dentro do bloco europeu. Repercussão Agricultores europeus têm protestado repetidamente contra o acordo, alegando que ele levará a importações baratas de commodities sul-americanas, principalmente carne bovina, que não estaria sujeita aos mesmos padrões de segurança alimentar e ecológica da UE. A França tem sido a crítica mais veemente do acordo proposto. Embora distraído por uma crise política após o colapso do governo do primeiro-ministro Michel Barnier, o gabinete do presidente Emmanuel Macron emitiu uma declaração nesta quinta-feira dizendo que o acordo é "inaceitável". No entanto, outros membros da UE, como a Alemanha, insistem que o acordo é vital para o bloco, que busca diversificar seu comércio após o quase fechamento do mercado russo e o desconforto com sua dependência da China. Eles também veem o Mercosul como uma fonte potencialmente confiável de minerais essenciais, como o lítio, necessários para sua transição energética. Os países da UE como um todo e o Parlamento Europeu teriam que aprovar qualquer acordo comercial finalizado. Os negociadores sul-americanos continuam otimistas de que a UE acabará dando sua aprovação e que a França não conseguirá reunir uma minoria para bloquear o acordo. "A UE teve um mandato para negociá-lo nos últimos 20 anos. A ratificação é outro processo; mais tarde, eles mesmos terão que trabalhar nisso", disse uma das fontes. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas Lula diz que pretende assinar acordo Mercosul-UE ainda este ano MST denuncia agronegócio, imperialismo e acordo UE-Mercosul no G20