O presidente da companhia aérea Jeju Air, Kim Yi-bae, garantiu durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (1°) que uma inspeção realizada na aeronave horas antes de ela cair na Coreia do Sul, não detectou "qualquer problema". Questionado sobre os procedimentos de segurança, Yi-bae afirmou que o avião não teria sido autorizado a descolar caso a equipe de manutenção não tivesse aprovado a sua segurança. O presidente da Jeju Air assegurou ainda que os pilotos foram treinados de acordo com os regulamentos e que a empresa tem dois simuladores de voo completos. Durante a conferência de imprensa, ele reconheceu que, nos últimos cinco anos, a Jeju Air foi a companhia aérea coreana que mais recebeu multas e enfrentou ações administrativas. Ainda assim, ele prometeu empenho em reforçar os procedimentos de segurança e manutenção da empresa, acrescentando que “o nosso objetivo é reparar a confiança em nós, fortalecendo as nossas medidas de segurança”. No domingo (29), o avião viajava de Bangkok com 181 pessoas a bordo quando fez uma aterrissagem forçada (sem trem de pouso) no Aeroporto Internacional de Muan. Apenas duas pessoas, membros da tripulação, sobreviveram. As investigações ocorrem em duas frentes: identificar as vítimas e descobrir a causa deste que é considerado o pior acidente aéreo da Coreia do Sul. As duas caixas pretas do avião estão sendo analisadas – o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo. No entanto, a segunda caixa preta tem um problema que está dificultando o trabalho dos investigadores na extração dos dados, o que pode prolongar as dúvidas. Os peritos tentam entender por que razão o trem de aterrissagem do Boeing 737-800 não desceu no momento do pouso. Eles também analisam duas possibilidades: a colisão com aves e as condições climáticas. As autoridades também querem saber se o muro que fica no final da pista e contra o qual o avião se chocou cumpre os regulamentos. A pista do Aeroporto Internacional de Muan vai continuar fechada por mais uma semana, enquanto as equipes forenses recolhem destroços do aparelho e restos mortais das vítimas. Familiares Na coletiva de imprensa desta terça-feira, o CEO da companhia aérea anunciou que a Jeju Air vai reduzir as operações durante o inverno em 10% a 15%. O objetivo, segundo ele, é intensificar a manutenção nos aviões, sem que a empresa admita que está operando muitas aeronaves. Kim Yi-bae anunciou também que a companhia aérea prepara uma compensação de emergência para as famílias das vítimas e vai pagar as despesas com os funerais. O dinheiro vai ser enviado em breve às famílias, antes que o processo dos seguros esteja concluído. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas Brasil se solidariza com vítimas de acidente aéreo na Coreia do Sul Coreia do Sul investiga acidente aéreo que matou 179 pessoas