O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou nesta sexta-feira (11) seu apelo para o fim da exportação de armas usadas na Faixa de Gaza e no Líbano, acrescentando que se trata do único meio disponível para pôr fim aos dois conflitos que colocam Israel contra o Hamas e o Hezbollah, ambos apoiados pelo Irã. “Este não é de forma alguma um pedido para desarmar Israel, mas um pedido para o fim de qualquer desestabilização nessa região do mundo”, afirmou Macron em coletiva de imprensa no Chipre, ao fim de encontro do Med9, que congrega países do Mar Mediterrâneo. O conflito entre Israel e o Hezbollah começou há um ano, quando o grupo passou a lançar foguetes contra o norte israelense em apoio aos militantes palestinos do Hamas, no começo da guerra da Faixa de Gaza, após a operação do grupo que matou 1,2 mil pessoas no sul de Israel em questão de horas. Nas últimas semanas, o conflito se intensificou, com Israel bombardeando o sul do Líbano, os subúrbios sul de Beirute e o Vale do Bekaa, matando muitos líderes do Hezbollah e enviando tropas terrestres a regiões do sul libanês. O Hezbollah tem lançado foguetes cada vez mais longe contra o interior israelense. “Reiteramos a necessidade de um cessar-fogo, e esse cessar-fogo é essencial tanto na Faixa de Gaza quanto no Líbano. É necessário agora, tanto para nossos reféns quanto para a população civil, que são vítimas da violência, e para evitar uma contaminação regional”, afirmou Macron. “É por isso que a França tem pedido o fim das exportações de armas usadas nesses teatros da guerra. Todos sabemos que essa é a única forma de colocar um ponto final nisso”, concluiu. No sábado passado, o presidente francês já tinha pedido que os fretes de armamentos usados no conflito da Faixa de Gaza deveriam ser interrompidos, em um esforço maior em busca de uma solução política. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou no dia seguinte que colocar restrições contra Israel serviria aos interesses do Irã e seus aliados. A França não é uma grande fornecedora de armas para Israel, tendo enviado equipamentos militares no valor de apenas 30 milhões de euros no ano passado, segundo relatório anual do Ministério da Defesa. *É proibida a reprodução deste materal. Relacionadas Dois drones cruzam do Líbano para Israel após sirenes soarem Gaza tem mais de 700 mil crianças sem água, escola ou cuidados médicos