Os mais de 50 anos de trajetória na televisão foram fundamentais para Tony Ramos compreender e dominar os mecanismos do veículo. Mas, principalmente, interpretar todo tipo de personagem. Mesmo assim, o ator enxerga Zé Maria, vilão que vive em "A Regra do Jogo", como uma oportunidade diferenciada em sua extensa carreira. "Era um papel que faltava por conta do perfil psicológico. Já fiz de tudo um pouco e quero fazer algo que inquiete o espectador. Inquietar o espectador é fazê-lo pensar, raciocinar comigo", explica.
"A Regra do Jogo" caminha para a reta final. O último capítulo será exibido nesta sexta-feira. "Para mim, o balanço sempre é a partir do que o público diz e como o público chega para mim. Outro dia, foi muito engraçado. Nós estávamos gravando e eu parei o carro no posto. Aí, veio o moço me atender e falou: 'Vitória na guerra'. Depois, ele chamou o pessoal da loja de conveniência e todos vieram fazendo o mesmo gesto da facção. É quando você percebe o que é a popularidade de uma novela. O balanço que eu faço é que a novela chegou lá", avalia o ator. 
O público se acostumou a associar Tony Ramos a tipos do bem. Segundo ele, no início houve dificuldades em relação à aceitação de seu personagem em "A Regra do Jogo" pelo fato de Zé Maria ser um bandido perverso. "Era um risco calculado. O público está acostumado a me ver com personagens mais românticos, mas as pessoas passam batido pelo Carlos Braga, de 'O Rebu'. A gente se questionava sobre como o público reagiria, apesar de ter visto aquele vilão em uma novela das 23 horas recentemente. Mas a reação está aí. O público não deve ser subestimado. O público vai mergulhar ou não em uma história", destaca o ator global. ("A Regra do Jogo'', Globo. De segunda-feira a sábado, às 21h20).