O ritmo de produção da teledramaturgia brasileira é veloz. Para dar conta de gravar tantas cenas por dia, as equipes recorrem aos efeitos especiais em diversas situações. Além de causar o "visual" desejado na história, esse tipo de tecnologia agiliza e até mesmo barateia o processo. Às vezes, o uso da computação gráfica é imperceptível aos olhos do telespectador. Em outras, a reprodução de um evento grandioso e fantástico sugere que algum efeito especial foi usado. "Os Dez Mandamentos", da Record, engloba os dois casos. Tanto em cenas corriqueiras como nas mais elaboradas, a computação gráfica está presente. Para retratar a famosa passagem bíblica da abertura do Mar Vermelho, por exemplo, algumas cenas receberam a pós-produção no estúdio StarGate, em Los Angeles, Estados Unidos. 
Além das sete pragas e da abertura do Mar Vermelho da trama bíblica, eventos grandiosos e que exigem extrema atenção da equipe de efeitos especiais, a novela da Record também utiliza computação gráfica em situações simples. Trocas de fundos de cenário, por exemplo, podem ser feitas na pós-produção e, no ar, não fica "gritante" que se trata de um efeito visual.
Em "Caminho das Índias", atualmente reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo", Toni Cidi e Wilson Aquino buscaram a discrição nas interferências feitas às cenas. Para os rituais indianos, Toni utilizou imagens captadas em Varanasi, na Índia, como fundo para a cidade cenográfica que reproduz o Rio Ganges e uma de suas escadarias. 
Já o realismo fantástico do remake de "Saramandaia" ganhou uma cidade feita por computação gráfica. Ao longo da novela, foi possível acompanhar diversos "takes" do alto da fictícia Bole-Bole, que ficava em cima de uma colina e era cercada por bosques e rios. Assim como a cidade, a ampliação do cemitério onde Aristóbulo passeava nas madrugadas também foi toda feita por efeitos especiais. A saga de "Os Mutantes", da Record, também apostava no realismo fantástico. (T.P.)