Envelhecer na televisão é uma arte. A teledramaturgia se renova aos olhos do público, mas se sustenta na tradição. Por isso, atores veteranos continuam trabalhando de forma intensa e são requisitados por diretores e autores das emissoras. Tanto nas novelas como nas linhas de shows da Globo, por exemplo, existem atores que já passaram há muito dos 60 anos e estão na labuta diária. São os casos de Irene Ravache e Nívea Maria em "Além do Tempo", Marília Pêra em "Pé na Cova", Nicette Bruno em "I Love Paraisópolis", Eva Wilma e Marieta Severo em "Verdades Secretas". E por fim, Tony Ramos, Renata Sorrah, Cássia Kis e Susana Vieira em "A Regra do Jogo".
Enquanto os homens conseguem ter uma sobrevida maior em papéis protagonistas, as mulheres reclamaram bastante da falta de boas oportunidades depois dos 60 anos. No entanto, muito alardeada nos anos 1990 por nomes como Regina Duarte e Betty Faria, a "crise" de papéis femininos para mulheres mais velhas parece ter ficado para trás.
Com menos horas de dramaturgia no ar, a Record também tem um esquema especial para cuidar de seu elenco mais experiente, que conta com motoristas e outras regalias. No ar em "Os Dez Mandamentos", aos 75 anos, Paulo Figueiredo tem a preferência na hora de se caracterizar para dar vida ao sacerdote Jetro. O respeito e a convivência com os mais novos no elenco servem como uma renovação para o ator. 
 De forma tímida, algumas produções brasileiras focadas em histórias da terceira idade começam a aparecer na tevê aberta. Parceria entre a Globo e a produtora paulistana O2 Filmes, "Os Experientes" foi um belo exemplo de como a temática pode ser desenvolvida. Dirigida por Fernando Meirelles e exibida no primeiro semestre, a série ainda resgatou nomes que aparecem de forma bissexta na tevê, como Juca de Oliveira, Goulart de Andrade, Joana Fomm e Beatriz Segall, que protagonizaram grandes cenas. (T.P.)