O posto de mocinho de novelas persegue Cauã Reymond. Mas, aos poucos, o ator começa a mostrar que suas pretensões artísticas vão além dos sofrimentos dos heróis de bom caráter. "Tenho de me libertar desses tipos. Fora das novelas, já consigo transitar por caminhos diferentes. Entendo a minha escolha para esse tipo de papel, mas é algo que eu preciso alterar", planeja. No entanto, sem ter para onde fugir, é com empolgação que Cauã fala sobre o correto Juliano, o mocinho que defende em "A Regra do Jogo". Na trama, o personagem será acusado injustamente por tráfico de drogas e, após passar quatro anos na prisão, vai em busca de vingança e das provas por sua inocência. "É um papel com muitas nuances. Ao longo da novela, ele passará por muitas mudanças. O João (Emanuel Carneiro, autor) sempre apresenta personagens ambíguos. Isso é muito bom para a movimentação da trama", ressalta.
Nascido no Rio de Janeiro, aos 35 anos, Cauã colhe os frutos de seu carisma e bom desempenho em personagens de destaque. "A Regra do Jogo" vem logo após trabalhos que modificaram a relação do ator com a televisão, como as séries "Amores Roubados" e "O Caçador". Além disso, o folhetim representa o retorno de Cauã às novelas de João Emanuel Carneiro, exatos três anos depois da popular "Avenida Brasil". "Enquanto o Jorginho de 'Avenida Brasil' era mais lunar e problemático, o Juliano já apresenta uma maturidade mais complexa", compara. Pouco antes de começar as gravações para "A Regra do Jogo", Cauã esteve envolvido com "Dois Irmãos", projeto experimental e pretensioso do diretor Luiz Fernando Carvalho, que será exibido no ano que vem. "Não tem nada a ver com o que já fiz na tevê", resume. ("A Regra do Jogo'', Globo. De segunda-feira a sábado, às 21h10).