Novatos no Brasil, modelos de marcas chinesas ainda despertam desconfiança no consumidor em relação à manutenção e valor de revenda. Para saber como esses carros se comportam após uso intenso, avaliamos, em primeira mão, um JAC J3 modelo 2013 que acaba de completar 100 mil km rodados.
O hatch passou por todas as revisões previstas no plano de manutenção, recomendadas a cada 10 mil km. A troca regular de peças como velas de ignição, lubrificantes e filtros garantiu a integridade do conjunto mecânico do carro ao longo de cerca de dois anos.
O modelo foi usado predominantemente em rodovias. Isso também contribui para o bom estado em que se encontra. Deu para perceber que o carro apresenta alguns rangidos típicos de modelos muito rodados, mas sistemas como ar-condicionado e a parte elétrica funcionaram adequadamente.
A suspensão também foi muito bem. Análise técnica encomendada pela reportagem comprovou que todos os itens do sistema, como buchas e amortecedores, que estão em bom estado, são originais.
Rodando
O câmbio de cinco marchas tem engates precisos, mas às vezes difíceis, principalmente a primeira marcha. Mas essa é uma característica comum ao J3, inclusive os zero-km.
O motor 1.4 funciona com suavidade mesmo após o carro rodar os 100 mil km. Não constatamos a ocorrência de barulhos estranhos e o motor deu partidas sem dificuldades, mesmo nas manhãs frias.
Havia, entretanto, um pequeno vazamento de óleo lubrificante na junta do cárter, algo comum em carros com essa quilometragem. Esse defeito é de fácil resolução.
A dirigibilidade do J3 usado não difere da observada em unidades novas do JAC. Na cidade, o hatch encara com valentia buracos e valetas, mas mostra alguma leveza ao trafegar em velocidades mais altas. De qualquer forma, isso não chega a assustar o motorista.
A cabine também está íntegra. Puxadores, botões e revestimentos não têm marcas severas de desgaste ou pintura se soltando. Mesmo os botões pequenos do rádio continuam no lugar e não passam impressão de fragilidade. O quebra-sol, item que costuma apresentar falhas com o passar do tempo, está bem conservado.
O estado do veículo é resultado do cuidado com que o motorista o trata no uso cotidiano. Essa regra vale para qualquer tipo de veículo e independe da marca e do país de produção, com poucas exceções. O J3 surpreendeu positivamente.
Avaliamos como o hatch se sai na hora da revenda. Em uma autorizada JAC da capital, simulamos interesse em trocar o J3 por outro carro novo. O modelo, que tem preço médio de R$ 25.519 (confira a partir da página 15), inicialmente foi avaliado em R$ 20 mil.
Conseguimos, sem grande esforço, aumentar a oferta para R$ 22 500. Esse valor era para a troca por um JAC novo - o J3 zero-km é tabelado a R$ 43.990.