Em menos de dez dias, a manicure Mariana Gisele Rodrigues, de 33 anos, moradora do Conjunto Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, diz ter sido agredida por vizinhos, nas proximidades da casa onde mora, na rua Santa Luzia.
À reportagem, Mariana contou que as primeiras agressões ocorreram no dia 8 deste mês. Já a segunda foi no dia 17. Em uma delas, os agressores chegaram a invadir a residência da vítima para continuar batendo nela. O caso foi registrado no 4º Distrito Policial de Jundiapeba e uma ação na Justiça também foi aberta.
Porém, a razão de toda essa violência contra a manicure, segundo a própria vítima, é pelo fato de ela crer no Islã. "Em uma das agressões, eles arrancaram meu 'hijab' (véu) e acabaram arrancando parte do meu cabelo. Já até me morderam. Tudo isso porque sou muçulmana e meu marido também". 
Mariana contou que os agressores passam por sua casa e dizem que "todo muçulmano tem que morrer", e que "ela é uma mulher-bomba". A intolerância chegou a tal ponto de jogarem material de construção na manicure. "Me atiraram um tijolo na cabeça quando eu estava na rua e invadiram a minha casa para me bater. Não consigo mais sair, fico presa. Outro dia fui levar a minha filha na escola e as agressões verbais continuaram. Já chegaram a me chamar de muçulmana prostituta", disse. 
Os suspeitos de agressão já foram levados ao DP de Jundiapeba. Entretanto, eles negam a autoria do crime.