O empresário Leandro dos Santos Alves, de 34 anos, foi preso às 15 horas de ontem na estrada de Santa Isabel, em Itaquaquecetuba, após investigação realizada pelos policiais civis do 3º Distrito Policial (DP) de César de Souza, em Mogi das Cruzes, que o apontaram como um dos homens que sequestrou o secretário da Saúde e de Finanças de Itaquaquecetuba, William Sérgio Maekawa Harada, e a ex-secretária de Receita, Vanusia Fernandes Pereira, também de Itaquá.
O crime ocorreu em 30 de novembro do ano passado, no bairro de Calmon Viana, em Poá, e a quadrilha exigiu R$ 1 milhão. Ambos foram agredidos pelos criminosos e liberados cinco horas depois.
Foi por meio de interceptação telefônica e quebras de sigilo que a Polícia Civil chegou até Alves com um mandado de prisão temporária. De acordo com apuração feita pela reportagem, as investigações para tentar solucionar o crime começaram já no dia seguinte da libertação dos secretários.
O suspeito morava dentro de uma casa no condomínio Aruã, em Mogi, e pagava um aluguel de R$ 5 mil. "O telefone celular que ele usava apontava para essa casa. Ele não é um criminoso comum; é um sujeito extremamente perigoso. Ainda estamos verificando se existia uma programação por parte dele, em realizar outros sequestros", informou o delegado-titular do 3º DP, Alexandre Batalha.
Cativeiro na Vila Amorim
Depois da prisão e da descoberta do cativeiro, Harada foi levado até uma casa, localizada na rua Joaquim Garcia de Souza, na Vila Amorim, em Suzano, e reconheceu o local como o espaço em que ele e a outra vítima ficaram sob o poder da quadrilha. Entretanto, segundo Batalha, o secretário não reconheceu Alves como um dos sequestradores. "Não o reconheceu porque estava com touca. Esperava que ele o reconhecesse, mas isso não muda a situação, uma vez que existem provas suficientes contra ele", destacou.
Durante interrogatório comandado pelos agentes do 3º DP, em nenhum momento o acusado confessou participação no crime e negou estar envolvido, porém, os policiais trabalham com a possibilidade de o sequestro ter sido elaborado para levantar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que age dentro e fora dos presídios paulistas.
Na hora da prisão, foram apreendidos um revólver Magnum 357 e um Fox prata que teria sido usado na ação.