O autônomo Francisco Pedro de Souza, de 69 anos, morreu baleado por um sargento da Polícia Militar, por volta das 23 horas de anteontem, na porta da casa dele na rua Primeiro-Sargento João Leite de Godoy, no bairro Água Vermelha, em Poá. O homem teria atacado o policial, 46, com um facão.
No boletim de ocorrência (B.O.) registrado na Delegacia de Poá como "homicídio simples e morte decorrente de intervenção policial", consta que policiais militares tinham ido até o endereço, momentos antes, para atender a uma ocorrência de briga familiar, envolvendo um pedreiro, 34, que estaria ameaçando o filho, 15, e tentando agredir a irmã, 25. Ao chegarem na casa, os PMs não verificaram nada de anormal e os próprios familiares, que tinham solicitado a polícia, disseram que já estava tudo sob controle e que só queriam saber como poderiam internar o pedreiro, que é alcoólatra. Depois de darem a orientação, os PMs saíram para dar continuidade ao patrulhamento preventivo. Porém, acabaram sendo acionados novamente até o local por causa da briga.
Chegando lá, eles entraram novamente na residência, onde encontraram o pedreiro imobilizado pela família. Quando os familiares o soltaram, ele já estava calmo e os PMs o levaram para a frente da casa. Neste momento, enquanto os policiais foram até a viatura para avisar os colegas de farda que estavam vindo no apoio, que não precisavam ir até o local, o pedreiro voltou para dentro de casa. Devido à informação anterior de que no lugar havia uma pessoa alterada, mais PMs chegaram no apoio e, imediatamente, foram até a residência do pedreiro, que fica em um quintal com algumas casas. Ao lado, tinha um imóvel, onde os PMs, depois de se identificarem, solicitaram que a pessoa que estivesse em seu interior saísse. Ao que esta respondeu: "Polícia p... (sic) nenhuma! Vou abrir a porta e cortar no facão o primeiro fdp (sic) que estiver na minha frente". Na sequência, este vizinho (que seria o idoso) abriu a porta e teria vindo para cima dos policiais com um facão na mão direita, dizendo que iria matá-los. Os militares se afastaram e um sargento teria caído, por causa do solo escorregadio e irregular, e quando iria ser golpeado na cabeça, efetuou dois disparos. O homem, conforme a polícia apurou, também costumava se embriagar. O caso será investigado pelo Setor de Homicídios (SH) de Itaquaquecetuba.