Pai, mãe e o filho mais novo ficaram feridos, ontem, ao serem rendidos dentro de casa por três criminosos - um deles usando máscara -, por volta das 5 horas da madrugada na avenida Presidente Getúlio Vargas, Mogi Moderno, em Mogi das Cruzes. Durante pouco mais de uma hora em no interior da residência, os bandidos ameaçaram as vítimas, que têm descendência oriental, e exigiram dinheiro, separando objetos do bar e mercearia da família (que fica na parte da frente da residência, que é um sobrado). Na ação criminosa, o patriarca, de 73 anos, foi espancado com chutes e socos na cabeça, costelas e costas, além de sofrer cortes nos dedos e ser torturado física e psicologicamente. O filho dele, 42, também foi empurrado por um ladrão, na sacada do imóvel, e acabou caindo no comércio ao lado, fraturando uma perna e tendo de se submeter à cirurgia em um hospital da cidade, para onde foi levado. A mãe dele e esposa do comerciante, 68, também teve os cabelos cortados com a tesoura usada pelos assaltantes e foi ameaçada. O filho mais velho do casal, 46, que dormia na parte de cima da casa, não ficou ferido.
O cabo Fragoso, que atendeu a ocorrência junto ao soldado Miquéias e as equipes do sargento Bono e do tenente Carlos Eduardo, contou que um filho do comerciante conseguiu ligar ao 190. As viaturas chegaram, o filho mais novo do casal foi lançado de uma altura de 5 metros e o trio iniciou a fuga pelo telhado, pulando para as casas vizinhas. "Dois conseguiram escapar, mas um adolescente de 16 anos foi pego nos fundos do quintal de um imóvel nas proximidades. Ele já tinha passagem pela Fundação Casa. A máscara e vários objetos, bem como uma tesoura, foram apreendidos, mas os que fugiram levaram uma quantia em dinheiro", informou o PM Fragoso.
No 1º Distrito Policial (DP), Luiz Santana, advogado do menor, disse que ele estava em Liberdade Assistida (L.A.) e que admitiu participação no roubo, porém, negou ter praticado violência.
A mãe do infrator apreendido, uma diarista desempregada, revelou na delegacia estar aborrecida com o comportamento do filho. "Para a gente que é mãe, dói muito vir para a delegacia de novo. Ele começou a se envolver com drogas, mas quando saiu da Fundação Casa tinha até arrumado um trabalho. Aí a polícia estava investigando ele novamente, por outro caso, e ele sumiu. Estava há três meses sem contato conosco", comentou.
Para a dona de casa, a situação é difícil tanto para as vítimas do crime, quanto para os pais de quem os comete. "Dá um misto de tristeza e decepção a gente ter que passar por toda essa humilhação. Somos pobres, mas fiz tudo o que podia para dar conforto a ele, na medida do possível. Não sei o que aconteceu", lamentou. (CI)