Por volta das 4 horas da madrugada de ontem, mais uma família com descendência oriental foi assaltada dentro de casa, desta vez na avenida Henrique Eroles, no Alto do Ipiranga, em Mogi das Cruzes. Assim como o que aconteceu com um comerciante da cidade nesta semana, no Mogi Moderno, um aposentado sofreu várias ameaças durante a ação criminosa e teve cortes no dedo feitos pelos assaltantes. A Polícia Civil investiga se há uma ligação entre os casos, devido ao “modus operandi” (maneira de agir) semelhante entre eles.
Ontem à tarde, a reportagem esteve na residência do aposentado, de 71 anos, que sofreu cortes em um dedo. Ele preferiu não falar sobre o caso. “Só de entrar em casa eu já relembro de tudo. Quero sair daqui. Não aguento mais. O que eu passei foi muito sofrimento”, desabafou.
Segundo o boletim de ocorrência, ele e a mulher, uma aposentada, 69, dormiam, quando foram acordados por três marginais - dois com faca e um com revólver pequeno prateado -, acendendo a luz do quarto. Eles exigiram dinheiro e dólares e disseram que, se não dessem, iriam “cortar os dedos” das vítimas. O casal teve as mãos amarradas com presilhas de plástico e a mulher foi amordaçada com uma camiseta do marido. Um revirou o quarto e os outros dois o restante da casa.
Em um criado-mudo encontraram R$ 4 mil, mas os ladrões, insatisfeitos, queriam mais. Como eles não tinham, um criminoso começou a cortar o dedo indicador da mão direita do aposentado e ameaçou cortar o da esposa dele, caso a aliança dela não saísse.
O casal ficou amarrado, de costas um para o outro, enquanto ouvia a casa ser revirada. Volta e meia, os bandidos iam para o quarto, colocavam a arma na cabeça do aposentado e um deles, que já vestia inclusive uma camisa do idoso, passou a fazer mais cortes no dedo dele, irritado por não haver mais dinheiro na residência. Por fim, foram embora e, quando o casal conseguiu se soltar, pediu ajuda.
O delegado Luiz Roberto Biló, assistente do 1º Distrito Policial Central, afirmou que o caso já está sendo investigado, bem como a hipótese de que essa quadrilha possa ter sido a mesma do assalto realizado nesta semana, em que uma família de comerciantes foi torturada e um idoso também sofreu cortes nos dedos, além de ter o filho jogado da sacada do sobrado.