A expressão de desapontamento e raiva das pessoas era evidente ao fim da sessão da Câmara de Poá. Os comerciantes consideraram os projetos de isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da Taxa de Lixo, insuficientes. Eles afirmaram que o benefício é irrisório diante do prejuízo de milhares de reais no sábado. Os lojistas solicitaram a agilidade na criação de linhas de crédito e pediram o reforço na manutenção preventiva para evitar que novas enchentes ocorram no município. No final da sessão extraordinária, um grupo de comerciantes criticou e xingou os vereadores.
A comerciante Lana Sampaio, de 34 anos, criticou as medidas apresentadas pela Câmara. "Estas propostas são ridículas e absurdas, fizeram a gente de palhaço. Os vereadores só falaram coisas convenientes a eles. Não querem fazer nada por nós. Tive um prejuízo entre R$ 15 e R$ 20 mil e perto das outras pessoas, este é o menor. Já participei de quatro reuniões e não tivemos esperança. A prefeitura sabe que em janeiro chove, por que nada foi feito antes? Os bueiros estão cheios de terra, como vou investir mais R$ 20 mil se com qualquer chuva vai ter uma nova enchente", desabafou.
Um dos questionamentos apresentados é que parte dos comerciantes atingidos pela enchente locam os prédios e com a isenção do IPTU não seriam beneficiados diretamente. O representante Nilton Rodrigues, 68, calculou um prejuízo que supera R$ 2 milhões. "Meu prejuízo foi o maior de Poá. As paredes do prédio caíram em cima de maquinários, estragou a parte de energia elétrica, compressores, geradores, quadro de distribuição, além do estoque. Queremos linhas de créditos. Acho que tudo hoje (ontem) foi perfumaria. Achei uma falta de respeito dos vereadores nem ouvirem a população", disse. (L.N.)