As 350 famílias que deixaram o terreno na Fazenda Albor e invadiram os prédios da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), no Jardim Emília, em Arujá, afirmavam que só deixariam os apartamentos se o Poder Público as encaminhasse para outras moradias populares. Os invasores, sendo a maioria de Itaquaquecetuba, Guarulhos e da capital, estavam vivendo nas unidades sem rede de energia, de água e de gás. A reintegração de posse das moradias já foi solicitada na Justiça pelo governo do Estado. 
No entanto, ontem mesmo, a CDHU solicitou a extensão do pedido de reintegração de posse da área da Fazenda Albor para as moradias ocupadas em Arujá, o que foi concedida pela Justiça. No final da tarde, a desocupação já havia sido feita pela Polícia Militar.
De acordo com a invasora Viviane dos Prazeres Rocha, que falou com a Imprensa em nome dos demais moradores, as famílias que não tinham para onde ir após saírem do terreno às margens do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21) optaram por ocupar os apartamentos. "Não podíamos ir para a rua com os nossos filhos. Não vamos estragar nada por aqui, só queremos chamar a atenção das autoridades para o nosso problema", declarou.
O Dat teve acesso a alguns apartamentos invadidos. Em um deles, a desempregada Cintia Cursino, de 30 anos, havia se abrigado com seus cinco filhos. Ao lado estava Maria de Lourdes Diniz, 56, que é de São Luiz do Maranhão, mas viveu na zona norte da capital nos últimos anos. Ela informou à reportagem que está desempregada e espera para conseguir se aposentar. "Não tenho para onde ir e não sei o que fazer quando foi feita mais uma reintegração", destacou.
O condomínio da CDHU é o primeiro de moradias populares instalado em Arujá e tem previsão de entrega para dezembro. Ao todo, o conjunto terá 14 prédios, além de 51 sobrados de 48 metros quadrados cada. Das torres, pelo menos 12 estão totalmente levantadas e em fase de acabamento, com portas e janelas já instaladas. (C.M.)