Estamos vivendo uma Revolução Digital, que, desde os anos 1980, vem transformando não apenas os aparatos tecnológicos como também os comportamentos humanos e as formas de socialização. Também conhecida como Terceira Revolução Industrial, esse período representa a transição das tecnologias analógicas para as digitais, representadas pela popularização dos computadores, notebooks e tablets, invenção de smartphones, televisões digitais e relógios inteligentes, dentre outras inovações reconhecidas em, praticamente, todos os setores.
Na Educação, não tem sido diferente. Já é possível sentir os impactos dessas transformações, exigindo dos educadores uma mudança nos modos de ensinar, uma vez que a contemporaneidade nos propicia outras maneiras de aprender. Em meio à Inteligência Artificial Generativa, Robotização, Realidade Virtual e Aumentada, plataformas, internet, smartphones, torna-se necessário o entendimento dos novos formatos comunicacionais para a promoção de uma aprendizagem com o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) com vista ao desbravamento do universo multimídia.
Em um primeiro momento, o cenário é deslumbrante; em outro, duvidoso, em vista da certeza de que, no Brasil, ainda não se tem uma educação, de fato, equitativa. Quando falamos em tecnologias, esta realidade é comprovada. Afinal, segundo o levantamento do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), 89% das escolas estaduais e municipais do Brasil estão conectadas à internet. No entanto, apenas 11% dessas escolas têm internet com velocidade adequada.
Para uma educação transformadora – sob o ponto de vista digital - há a necessidade de universalizar o acesso à internet e aos dispositivos digitais, promover ações de letramento digital e a necessidade de programas de formação de professores sobre espaços virtuais de aprendizagem, ensino híbrido, planejamento educomunicativo, além de segurança cibernética.
É urgente orientar os usos críticos, éticos, responsáveis das tecnologias – e das mídias com elas desenvolvidas –, uma vez que elas conduzem atividades não só escolares, como também tarefas da vida cotidiana. A conectividade é fundamental para que os alunos tenham acesso a informações, oportunidades e à cidadania, que também já se estende à digital.
Suéller Costa é jornalista, pedagoga, educomunicadora e pesquisadora. Doutoranda em Educação (FEUSP). Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP). Especialista em Educomunicação (ECA/USP). Sócia da ABPEducom e APEP. Idealizadora do Educom Alto Tietê. Contatos: @educomaltotiete; @suellercosta