Muito se fala em medidas preventivas, no cuidado e conscientização sobre as mais diversas doenças, com destaque neste mês de outubro, para o câncer de mama. Porém, por mais valorosas que sejam as campanhas como o Outubro Rosa, intensificando as orientações preventivas e a realização de exames, abrangendo também o câncer de colo do útero, precisamos de reforços na atenção básica, na promoção da saúde desde os primeiros anos de vida.
Especialmente no serviço público, será que temos um acompanhamento eficiente, com estímulo também e hábitos de vida mais saudáveis, antes mesmo do nascimento, com as gestantes tendo acesso a um pré-natal com a qualidade merecida? Embora seja mais comum, as mulheres terem uma rotina de cuidado anual, diferente dos homens, a demora em consultas e exames acaba dificultando esse autocuidado, fundamental para promover a saúde, em vez de atuarmos com foco no tratamento.
Vale destacar que a promoção da saúde, com o fortalecimento da atenção básica, tem um inclusive um impacto econômico, já que os tratamentos, não apenas de doenças como o câncer, mas de problemas crônicos que podem se agravar sem o devido acompanhamento, são muito mais caros do que o atendimento realizado com regularidade desde sempre por profissionais qualificados e focados realmente na atenção ao paciente.
Os problemas na saúde são generalizados pelo país, não são exclusivos desta ou daquela cidade. A diferença talvez esteja na proporção que ganham conforme o tamanho da população, ou seja, quanto maior, mais desafios para a gestão. A saúde pública exige cada vez mais investimento, mas será que os recursos estão sendo bem direcionados, estão atendendo de forma efetiva as demandas da população?
São precisos dados, pesquisas, ouvir a população, para certificar-se que o planeamento para a saúde, e também em outras áreas, estão no caminho certo, onde há falhas e como podem ser corrigidas. Um desafio para os novos e reeleitos gestores, e também para o Legislativo que deve representar a população e fiscalizar os trabalhos do Executivo.