No centro dos debates eleitorais, estão melhorias na segurança das cidades, e pelos números da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado, divulgados recentemente, com o balanço mensal dos indicadores criminais nas cidades de todo Estado, temos motivos para manter o estado de alerta e preocupação, que já faz parte da rotina, especialmente das mulheres e pessoas vulneráveis, que incluem menores de 14 anos e quem não pode se defender, como pessoas com deficiência. 

Infelizmente, já há um longo período acompanhamos a divulgação mensal dos indicadores criminais de todo o Estado, apurando os números das cidades da região, e um deles, que segue em alta, invariavelmente, é o de estupros. A violência e o desrespeito ao corpo do outro, principalmente o feminino, segue se perpetuando. Vale ressaltar que os números, na verdade, podem ser ainda maiores já que nem todas se sentem suficientemente seguras para denunciar seus agressores. Temos ainda casos de crianças e adolescentes, em que os criminosos são membros da família ou pessoas próximas, e os casos acabam silenciados por anos e anos. 

São muitos os desafios para oferecer mais segurança, especialmente às mulheres, que, seja qual for sua faixa etária, está sujeita à violência e ao julgamento social, seja pela forma como fala, como anda, como se veste, pelo seu comportamento, nada que justifique qualquer tipo de agressão. O lugar da mulher é onde ele quiser, assim como qualquer membro de nossa sociedade e elas devem ter acesso aos espaços públicos e privados, a qualquer horário do dia e da noite. 

A violência, que também atinge outros grupos pelo que representam, por não apresentarem um determinado padrão, que não existe, precisa ser combatida. Uma violência que chega ao extremo, ao tirar a vida de alguém, mas que também está presente nas palavras, nas atitudes que descriminam e procuram colocar o outro em lugar de inferioridade. Cabe uma união de esforços do poder público, por meio das diversas forças de segurança, da educação, da assistência, e também da sociedade civil organizada, para um mundo mais seguro para todos.