Na Idade Média, a multidão na praça vinha assistir, com sabor de entretenimento, a execução, na forca ou na guilhotina, das pobres vítimas acusadas de serem bruxas, apóstatas, revolucionários de causas perdidas, nobres e burgueses apontados como traidores e despojados dos seus títulos e bens. A cabeça decapitada, como troféu macabro, era erguida pela mão do carrasco diante do povo insaciável em se divertir diante do patíbulo da morte. 

No Coliseu Romano milhares de cidadãos assistiam as encarniçadas lutas dos infelizes gladiadores preparados para vencer ou morrer; outras vezes, leões famintos faziam o espetáculo de atrocidades contra os cristãos ali expostos sem defesa. Infelizmente, nos dias atuais, a mídia, na disputa de audiência, oferece aos olhos do telespectador cenas de violência e imoralidade à exaustão, levando a mente das pessoas a perder de modo gradativo o juízo da indignação pela profanação do código bíblico da ética e da moral, caminho diabólico da banalização do mal. Lula ao ser interpelado por ter se comungado durante a missa do funeral do papa João Paulo II, sem ter antes se confessado, disse: "Eu sou um homem sem pecado". Confessar não ter pecado significa rejeitar a moral de Deus e o sacrifício de Cristo, abrindo caminho futuro para uma geração imoral e irredimível. 

A autojustificação por méritos não leva ninguém para o céu. A Psicologia está oferecendo o placebo do humanismo para curar o câncer espiritual do homem. O pai da psicanálise, o ateu Freud, desvirtuou a responsabilidade moral do homem ensinando em seus escritos a culpar os outros pelos nossos fracassos e iniquidades; esse foi o caldo de cultura da malévola vitimização que faz desenvolver uma sociedade perversa e irresponsável. 

A tolerância social dos desvios comportamentais que saíram dos bastidores para o palco da vida foi alcançada pelos réus que se fizeram de vítimas apoiados pela compreensão e a aceitação de uma sociedade falida dos princípios e das virtudes do cristianismo.        


Mauro Jordão é médico.