Depois de uma greve de servidores estaduais que colocou mais uma vez em debate a qualidade dos serviços oferecidos a população, a Câmara de Mogi das Cruzes aprovou nesta quarta-feira uma indicação para que a Prefeitura realize estudos para a implantação da tarifa zero no transporte coletivo da cidade. Nas manifestações dos vereadores, também preocupações com a qualidade do serviço oferecido e a certeza que é possível custear o benefício com ajustes nos contratos de concessão.
Será que temos um transporte público que realmente atende as demandas da população, e assim ter como perspectiva para um futuro próximo reduzir o volume de carros nas ruas? Um grande desafio, que não é a apenas de Mogi, mas de outras cidades da região. E vai além da frota com veículos mais novos, como já conta a gestão mogiana, é preciso rever horários, número de ônibus disponíveis, e talvez até mesmo trajetos.
Também poderia ser colocado na pauta a gratuidade no transporte para pessoas idosas com idade entre 60 e 64 anos, que vivem um verdadeiro limbo, já que o Estatuto da Pessoa Idosa prevê apenas a tarifa zero a partir dos 65 anos, quando a pessoa passa a ser considerada idosa de acordo com a legislação. Embora no transporte metropolitano, como as linhas da CPTM e no Metrô, a gratuidade comece nos 60 anos. São muitos os debates pela frente com as empresas concessionárias do setor.
O passe livre já atende algumas parcelas da população, como os estudantes em Suzano, mas ainda há muito a ser feito. Na região, saíram na frente Guararema, e Santa Isabel, que se preparam para aderir a gratuidade. O debate sempre deve passar pelo equilíbrio das contas públicas e a gestão eficiente dos recursos, mas, nesse tema, o mais importante é a garantia do direito de ir e vir da população, especialmente a mais vulnerável.
É preciso um olhar mais atento dos gestores públicos e das empresas concessionárias para aqueles que deixam de comparecer a consultas, realizar tratamentos médicos, buscar uma nova oportunidade de trabalho, entre outras necessidades básicas, por não ter como pagar pela tarifa.