O descarte do lixo é uma "pedra no sapato" antiga e bastante incômoda para as cidades da região. O Alto Tietê já enfrentou dificuldades bastante significativas para fazer a destinação dos seu resíduos, inclusive com acidentes ambientais graves, como o desmoronamento e a explosão no aterro do Pajoan, em Itaquaquecetuba, que aconteceu há 11 anos e espalhou 450 toneladas de lixo na estrada do Ribeiro, causando inúmeros prejuízos para o meio ambiente e para os moradores do entorno.

Com o acidente, os municípios deixaram de fazer o descarte na própria região e precisaram levar o lixo produzido para aterros mais distantes localizados em cidades como Jambeiro e Guarulhos.

Em 2013, Mogi das Cruzes chegou a ser cogitada por uma empresa privada como cidade que poderia receber um novo espaço para destinação de resíduos, mas após forte pressão política e popular, o licenciamento não foi aprovado pela Cetesb e o aterro não saiu do papel.

De lá para cá o assunto foi bastante debatido por diferentes prefeitos. Alguns deles chegaram a ir até a China conhecer de perto usinas que transformavam o lixo em energia. Parcerias foram anunciadas, mas na prática a iniciativa não caminhou como se imaginava.

Na última quinta-feira, o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, apresentou o novo projeto de coleta e tratamento de resíduos sólidos do município. A proposta prevê a concessão administrativa dos serviços de limpeza urbana por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) e tem o objetivo de se tornar modelo para todo o país.

A iniciativa promete garantir mais sustentabilidade, gerar empregos e energia, além de uma economia anual de R$ 1,7 milhão e retorno ambiental.

O contrato de concessão tem prazo de 30 anos e diversos investimentos a serem cumpridos, entre eles a implantação de uma usina de geração de energia, desejo antigo na região. O proposta é bastante interessante e, se realmente for cumprida, poderá mudar o destino do lixo no Alto Tietê. Fica a torcida para que ela se concretize e se torne exemplo para as demais cidades.