O presidente do Peru foi preso. Afastado pelo Congresso daquele país, tentou dissolver o Poder Legislativo e foi preso. Eis um belo exemplo a ser seguido pelo Brasil. Em tentativa de golpe contra as instituições democráticas, o correto é enjaular o golpista.
No Brasil tem-se tolerado manifestações golpistas onde se pede a intervenção militar contra o resultado das urnas sem que nenhum manifestante seja preso. Isso é perigoso, pois a tolerância aos ataques contra o sistema democrático são um incentivo a golpes de Estado como ocorreu frustradamente no Peru. Principalmente quando essas manifestações partem de autoridades. Quanto maior o grau da autoridade, mais grave sua manifestação antidemocrática.
A democracia e o respeito aos Poderes da República são fundamentos de nossa sociedade e os ataques não devem ser tolerados. Falas e manifestações golpistas devem ser duramente reprimidas pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário Brasileiro. A prisão é o lugar certo para golpistas como nos ensinou o Peru.
Nossas instituições precisam ser mais rigorosas e menos tolerantes sob pena de assistirmos confrontos ilegítimos contra a democracia e às instituições. Além da reação interna das instituições do Peru, o governo dos Estados Unidos exige que o ex-presidente peruano revogue sua tentativa de dissolução do congresso local, indicando que no mundo civilizado não há espaço para aventuras ditatoriais sem consequências internacionais.
Como é notório, os EUA são uma potência militar e econômica e qualquer sanção imposta pode significar a falência de uma nação.
Pode até parecer engraçado pessoas pedindo e esperando intervenção federal, militar ou alienígena, sempre aguardando por mais 72 horas, mais isso não pode ser mais tolerado num país que quer ser sério. Quem não respeita as instituições e o processo democrático deve ser punido. A tolerância estimula pessoas com o presidente do Peru que tentou dissolver o Legislativo e a resposta da sociedade civilizada tem que ser sempre a mesma, cadeia.
Cedric Darwin é mestre em Direito e advogado.