O Dia de Finados é frequentemente marcado pelas chuvas, e quando as chuvas se prolongam, como nos últimos dias, não são raros seus impactos sobre a via que liga Mogi das Cruzes e região ao litoral: a Mogi-Bertioga (SP-098). Na terça-feira, uma nova queda de barreira interditou a via e não há previsão para que ela seja liberada. A recomendação do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) são rotas alternativas pela rodovia Tamoios, ou pelo sistema Anchieta-Imigrantes.
O acesso às vias alternativas aumenta o tempo do trajeto, e consequentemente o gasto de quem depende da via, seja para o acesso à educação, seja economicamente como forma de trabalho e operações de venda e oferta de serviços, sem falar das empresas de ônibus que têm linhas que passam pela via suspensas. Os prejuízos se avolumam, assim como ocorre nos bloqueios em rodovias pelo Brasil, que vão aparentemente se dispersando, mas afetaram a vida de muitos.
Os bloqueios nas rodovias são pontuais, mas a interdição na Mogi-Bertioga não. É preciso um trabalho mais efetivo na rodovia para evitar incidentes como este, que o Estado repense a estrutura da via. Em 2019, foram construídos muros de contenção para evitar as constantes quedas, mas aí estão elas novamente. Novos muros resolveriam? Uma remodelação com a duplicação seria suficiente? É preciso que os profissionais do governo do Estado e entidades da sociedade civil se debrucem para uma solução.
Pensar que cada nova queda de barreira representa mais que prejuízos econômicos, pode ser responsável por uma tragédia caso atinja algum veículo. Vidas podem ser ceifadas devido a estrutura deficiente da rodovia, que não resiste a um período prolongado de chuvas.
Além da queda de barreiras, o Dia de Finados foi marcado por protestos na região de grupos bolsonaristas contrários ao resultado das urnas, que deu à vitória à Luiz Inácio Lula da Silva para um terceiro mandato como presidente. Pessoas que precisam ter voz, certamente, mas que precisam lutar dentro das quatro linhas da Constituição, como disse recentemente o presidente Jair Bolsonaro.