Diz a sabedoria popular que promessa de político, em época de campanha eleitoral, serve apenas como retórica para arrastar votos, porque todos sabem que dificilmente será cumprida, se eleito. Quem promete muito tem mais chance de claudicar no seu caráter pelas falsas promessas. Do eleitor esclarecido ouve-se a crítica: "Falar é fácil, eu quero ver é na prática". Há insatisfação e rejeição dos votantes, que tem discernimento, entre as promessas hipócritas e as factíveis que vem dos lábios daqueles que se propõem a governar.
A leitura de "1984", de George Orwell, dá-nos a sensação de estarmos vivendo o pesadelo totalitário de uma mídia que nos impõe a cultura virtual, superficial e despida de valores morais e éticos, que nos faz despertar com saudade do nosso modo bom de democracia, no passado. Os debates, na TV, visam mais denegrir a imagem do adversário do que apresentar as plataformas eleitorais. Tenho receio dos projetos de leis mal interpretadas serem aprovadas de afogadilho, por mentes não esclarecidas e corrompidas que desejam invadir a nossa liberdade através de novas leis promulgadas pelo Congresso Nacional. Mundo invertido que guerreia contra os valores éticos e religiosos herdados dos nossos pais.
Em seu livro "Admirável Mundo Novo", Huxley nos dá um alerta pela visão profética desse Éden sem alma, onde o homem natural vive num mundo não natural, onde a liberdade jaz morta e todos os nossos conceitos de moralidade são esquecidos, escravo permanente do poder e drogado sem limites para manter o ilusório prazer do falso bem estar social. Não seria a bolsa família do governo, ampliada ultimamente, também, aos não necessitados, como uma "droga" para manter o poder? Este aterrorizante mundo de Huxley nem eu nem você desejamos! Então, vamos votar certo; não em quem faz do escândalo virtude e da mentira verdade. Getúlio Vargas criticava seu ministério dizendo: "Metade dos meus ministros é capaz de tudo; outra metade é capaz de nada. Eu governo sobre um mar de lama".
Mauro Jordão é médico.