Enfim, a longa história do impedimento da Presidente vai atingindo o seu final.
Travestidos de heróis, no domingo passado, deputados, uma grande maioria analfabeta, outros tantos conhecidos pelo seu passado pouco recomendável, se reuniram na Câmara Federal para o "cívico exercício da palhaçada".
Não que conteste o pensamento de cada um. Aliás, louvável que estejamos em um país, onde, mercê de sacrifícios pessoais de tantos que são execrados agora, a democracia plena é marco identificador.
O que chamou a atenção, e deu razão a esta rápida passagem foi a maneira tragicômica dos parlamentares votantes.
Tentando viver momentos de glória, aproveitar instantes de fama, ilustres desconhecidos, daqueles que vivem da fama de seus pares, eis que não têm luzes próprias, se catapultaram à frente das câmeras, e, de qualquer maneira, procuraram se consagrar.
Pavilhões nacionais, enrubescidos - eu notei - pelo mau uso que deles faziam, deixando a altivez que os consagram, se viram cobrindo ombros de notórios vigaristas, rapinadores contumazes, párias sociais, que se submetem a um sem número de investigações, quando não de processos.
As explosões de mambembes oratórias - em que se maltratava acima do permitido o vernáculo - só não foram mais cômicas, porque o tragicismo da hora não permitia gargalhar.
Enalteceu-se a tudo e a todos. Avós, pais, mães, filhos, esposas, todos eles foram lembrados - perguntei-me porque ninguém teve coragem de homenagear as amantes, pródigas nas histórias de líderes atuais como Fernando Henrique e Renam. De tudo se falou, menos do processo, do crime de responsabilidade, da culpa da Chefe do Executivo. Isso, efetivamente não interessava. O que importava em país tropical onde a alegria impera, era a festa!
Teve até quem brindou o golpe de 64 e saudou torturador de renome. Mas deixa de lado. Esse não tem o caráter necessário para merecer comentários.
Do alto de seu pedestal o sacrossanto Cunha a tudo assistia impávido! E o povo aplaudiu.