A presidente Dilma Rousseff (PT) criticou ontem o relatório pela admissibilidade da abertura de seu processo de afastamento na Câmara dos Deputados e o classificou de "maior fraude jurídica e política" da história brasileira. Sem citar diretamente os nomes, ela afirmou que o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são os chefes do que ela chamou de golpe em curso contra seu mandato.
"O fato é que os golpistas que se arrogam à condição de chefe e vice-chefe do gabinete do golpe estão tentando montar uma fraude para interromper no Congresso o mandato que me foi conferido pelos brasileiros. Na verdade, trata-se da maior fraude jurídica e política de nossa história. Sem ela, o impeachment sequer seria votado. O relatório da comissão de impeachment é instrumento dessa fraude. O relatório é tão frágil, tão sem fundamento, que chega a confessar que não há indícios, não há provas suficientes do que eles chamam de irregularidades", afirmou Dilma.
Pacto
Ontem, alguns jornais publicaram reportagens informando que a presidente garantiu que se não for aprovado o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, ela vai querer fazer um pacto com todos os partidos para o Brasil sair da crise. Especialistas políticos acreditam que esta é apenas uma estratégia de defesa, já que ela poderia ter feito isso antes. 
Votação
A votação sobre o processo de impeachment vai ocorrer no domingo. Até a noite de ontem, 326 deputados tinham garantido que votariam a favor do processo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, sendo que são necessários 342 votos para a medida ser aprovada e levada ao Senado. (confira os números no quadro abaixo)