Esta semana nos brinda com três comemorações cívicas: dia do índio, do descobrimento do Brasil e da inconfidência mineira (Tiradentes); senão pelo feriado referente à última, poucos pensam no conteúdo de tais datas. Do valor indígena como povo e cultura, donos originários das terras brasileiras invadidas no afã do colonialismo que reinou, quase não se pensa, senão poucos historiadores ou sociólogos que ao assunto por vezes se dedicam. O descobrimento em 1500 foi em verdade a oficialização da posse portuguesa, já que em dezembro de 1498, o navegador português Duarte Pacheco Pereira já estivera no litoral do Maranhão com sua frota naval em expedição de conhecimento, assunto sigiloso por ordem do rei D. Manuel I; o colonialismo que desde então se deu gerador de pobreza na colônia e riqueza para a Corte Real, suscitava usuais revoltas dos que aqui moravam, muitos nascidos em Portugal, outros no Brasil colônia, que conviviam entre índios desta terra e escravos africanos em tempos que direitos eram "pouco humanos", e a luta pela independência surgia como proposta, no borbulhar de poucos jovens aristocratas locais, universitários provindos das faculdades europeias, que traziam para o Brasil nos meados de 1700 a febre de interpretações do pensamento iluminista que influenciou a independência americana e a revolução francesa, eclodindo na inconfidência cujo desfecho em 1792 restou oficializado como um épico da história brasileira na execução de Tiradentes. Alguns anos após, em 1822, a independência se deu; Monarquia brasileira e depois os republicanos vieram e hoje temos uma república presidencialista; Anseios por democracia e ou pela paz social? No que amadurecemos como cidadãos? O que queremos para o Brasil, principalmente ante aos atuais acontecimentos políticos e econômicos? Tempos para nossa reflexão a qual talvez já tenha passado do devido tempo...