Uma psicóloga brasileira, residente há muitos anos no Japão e casada com um médico japonês, contou ao Grupo Mogi News, com exclusividade, como foi passar pelo forte terremoto ocorrido por volta das 21h30 de ontem (horário do Japão; 9h30 de hoje no Brasil) e que matou pelo menos nove pessoas até o fechamento desta matéria, deixando mais de 950 feridos, sendo 44 em estado grave, e 43 mil pessoas abrigadas em refúgios especialmente designados para casos dessa natureza. O abalo sísmico teve seu epicentro na província de Kumamoto, ao sul do Japão, justamente onde mora o casal nipo-brasileiro. A Agência Meteorológica japonesa acredita que o tremor foi de 6,4 graus.
Conforme a Agência Nacional de Polícia, dezenas de imóveis foram atingidos pelo terremoto e vários moradores ficaram soterrados em pelo menos 11 regiões, principalmente na cidade de Mashiki (Kumamoto). O governo japonês informou que os resgates das vítimas, que estão sob os escombros, são a prioridade no momento.
A psicóloga brasileira, Emiko Miyata, descreveu às 20h20 de hoje (horário do Brasil) que o marido dela, o médico japonês Akira Miyata, vice-diretor do Hospital da Cruz Vermelha em Kumamoto, trabalhou na emergência do hospital da cidade de Kumamoto até às 3h30 da madrugada (horário japonês) e retornou para o hospital às 7h30.
Enquanto concedia entrevista, Emiko dizia que a terra continuava tremendo. "Os 'aftershocks' (tremores posteriores) continuam. Já houve mais de 100. Muitas casas também estão sem água, luz e gás", informou.
Emiko, que auxiliou o marido a socorrer as vítimas, disse que jantava com ele na hora do grande tremor. "Chacoalhava de cima para baixo e não conseguíamos parar em pé. Objetos caíram das prateleiras, quadros entortaram, vasos com plantas tombaram. Nas ruas, as pessoas estavam assustadas. Então, quando parou, seguimos para o hospital, pois o Akira tinha que ajudar na emergência", descreveu.
Emiko enviou fotos dos feridos sendo atendidos no hospital de Kumamoto e também do prédio onde mora, que sofreu estragos com o abalo. Ela disse ainda que em Kumamoto não há muitos brasileiros e que, por enquanto, não há relatos de feridos vindos do Brasil.