Justiça, palavra que nos lembra de imediato o conceito do justo e também da aplicação do direito, sendo ainda uma conotação de judiciário como poder do Estado. Páscoa, por outro lado, evoca aos judeus a libertação por Moisés e aos cristãos a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Diríamos: muito!
Hoje é tempo para refletirmos. Vivemos dias cada vez mais conturbados. A crise econômica e política se acentua em todo o mundo e o clamor por justiça é cada vez maior por parte do povo. Guerras, terrorismo e conflitos sociais são cada vez mais presentes nos noticiários e a angustia que surge no coração de cada um se amplifica diante de tal quadro.
Neste ponto é que o povo clama ainda mais por justiça, pelo restabelecimento da ordem e da paz. No ano passado a crise mundial já acontecia e o patriarcado latino da Igreja em Jerusalém referiu que a existência daquela cidade era por si um sinal de esperança no reino da paz, amor e justiça Divina e reconheciam a existência efetiva de "sinais de trevas à nossa volta que tornam estes tempos difíceis de viver" porem também lembraram que "o período mais sombrio da noite é muitas vezes o que precede a aurora".
Cristo ao entrar em Jerusalém, encontrou um povo sedento de justiça, mas que só a vislumbravam em atos políticos; não viam que o problema era maior, pois a verdadeira paz precisava se iniciar no coração. A páscoa vem assim como um convite à reflexão.
Cristo é o restauro aos nossos corações; é justiça que pode resgatar a paz interior e assim por consequência a exterior. A páscoa traduz assim uma mensagem de justiça e justificação proporcionada por Deus aos homens por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo, caminho para o ser humano reencontrar paz interior e assim retomar o curso certo para a harmonia na sociedade. Creio que é tempo também para pensamos nisto.