Este domingo, 13 de março, promete ser mais um dia agitado para o cenário político nacional, até porque a nova (e velha) geração de "caras-pintadas" garante ir às ruas protestar contra a corrupção no País e em prol do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Se, por um lado, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi depor na Polícia Federal (PF) e o fato gerou um grande alvoroço, dividindo os críticos do governo e o seu fiel eleitorado, por outro, esta manifestação deverá provocar o mesmo acirramento de ânimos, afinal, as duas faces da militância se assemelham, por vezes, a verdadeiras torcidas organizadas que, ao final de mais uma partida, se engalfinham e se apedrejam como se houvesse, neste jogo, apenas vencedores de um ponto de vista incontestável.
O movimento intitulado "Vem pra Rua" já convocou mais de 3 milhões de pessoas para os protestos do domingo. Em Mogi das Cruzes, os manifestos deverão ocorrer no Largo do Rosário e na Praça Osvaldo Cruz e, provavelmente, sejam mais pacíficos do que na capital, onde a polícia costuma ter trabalho para conter os mais "acalorados".
É certo que os protestos são necessários e válidos em uma sociedade considerada democrática, onde o voto é a arma do povo e o instrumento que decide os rumos da economia e até mesmo a quantidade de arroz e feijão que se bota na mesa. Além disso, são o termômetro mais fiável para avaliar o quão descontentes estão os eleitores com o seu governo.
No entanto, não é só o nosso nível de intolerância que tem sido alto diante da roubalheira generalizada e das "roupas sujas" lavadas pela Operação Lava Jato, mas, também, tem sido grande a nossa hipocrisia. Quando reclamamos de vantagens indevidas recebidas pelos políticos, esquecemo-nos, muitas vezes, que em algum momento devemos ter aproveitado alguma oportunidade conveniente, porém, legal ou socialmente condenável. Alguns simples exemplos: jogar lixo na rua ou estacionar em vagas para idosos ou deficientes.
Com isto, não percebemos que a embalagem dispensada na via pública ajudou a entupir um bueiro e causar uma enchente, assim como não pensamos na pessoa com deficiência que encontrou dificuldades para estacionar o carro por ter um direito seu não respeitado. 
Enfim, é chegada a hora de não apenas criticarmos, mas também darmos o exemplo, não aceitando o erro dos outros e nem tampouco os nossos. E isso começa por respeitar o ponto de vista alheio, sem agressões.