A presidente Dilma Rousseff informou ontem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá a chefia da Casa Civil no lugar do ministro Jaques Wagner, que passará a comandar o gabinete pessoal da presidência da República.
A nomeação já foi publicada em Diário Oficial da União (DOU), em edição extra, emitida no início da noite de ontem.
De acordo com o site do Partido dos Trabalhadores, a posse de Lula será na próxima terça-feira.
Para Dilma, a prerrogativa de foro que o ex-presidente terá, ao assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, não significa que ele não poderá ser investigado. "Prerrogativa de foro não é impedir investigação, é fazê-la em determinada instância. A troco de quê eu vou achar que a investigação do juiz Sérgio Moro é melhor do que a investigação do Supremo? Essa é uma inversão de hierarquia", disse Dilma, em entrevista no Palácio do Planalto.
A oposição tem argumentado que a ida de Lula para o ministério seria uma tentativa de obstrução da Justiça. "Por trás de uma afirmação dessa, tem sobretudo uma suspeita do Supremo Tribunal Federal. Ou seja, o Supremo não é uma justiça que pode punir, que pode mandar investigar e absolver? É a Suprema Corte do país. A ida de um presidente, de um ministro, de um deputado federal ou de um senador não significa que ele não é investigado", questionou a presidente.
A presidente disse ontem que o fato de Lula assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil fortalece o governo e ele terá os poderes necessários para ajudar o País. "A vinda do Lula fortalece o meu governo. Ele vai ajudar. Lula, no meu governo, terá os poderes necessários para ajudar o Brasil. Vamos olhar a questão da retomada do crescimento, da estabilidade fiscal e do controle da inflação", disse em entrevista no Palácio do Planalto. (A.B.)