O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs ontem na Polícia Federal e depois disse que jamais se recusou a dar depoimentos nas investigações da Operação Lava Jato. Ele ainda teve alguns imóveis revistados após mandado de busca e apreensão.
"A minha bronca é com o MP Estadual [Ministério Público Estadual]. Não precisaria levar uma coerção à minha casa, dos meus filhos. Não precisava, era só ter me comunicado. Antes dele, já fazíamos a coisa correta nesse País. A gente já lutava para fazer a coisa certa nesse País. Lamentavelmente preferiam usar a prepotência, a arrogância, o show de pirotecnia. É lamentável que uma parte do Judiciário esteja trabalhando com a Imprensa", disse em entrevista coletiva, na sede do PT, em São Paulo.
O ex-presidente depôs por cerca de três horas no escritório da PF no Aeroporto de Congonhas. Depois do depoimento, o ex-presidente foi para a sede nacional do PT.  
Lula foi levado de sua casa, em São Bernardo do Campo, sob um mandado de condução coercitiva, para o aeroporto. De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), foram abordados diversos assuntos durante o depoimento, como as palestras que o ex-presidente concedeu após deixar o governo e a ligação com um sítio em Atibaia, no interior paulista.
Além da condução coercitiva, foram expedidos mandados de busca em diversos endereços do ex-presidente, como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato. Entre as suspeitas há a de que Lula recebeu pagamentos em imóveis de empreiteiras investigadas (leia matéria acima).
De acordo com a Justiça, foram cerca de R$ 20 milhões em doações para o Instituto Lula e cerca de R$ 10 milhões em palestras de empresas que também financiaram benfeitorias do sítio em Atibaia e de um apartamento tríplex no Guarujá.