A 11ª Câmara Correcional do Tribunal de Grande Instância de Paris condenou o ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, a esposa dele Sylvia Maluf e o filho Flávio Maluf pelo crime de lavagem de dinheiro qualificada. O acórdão foi proferido no dia 22 de outubro de 2015, mas divulgado apenas ontem, conforme informou o Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Maluf foi acusado de "lavar" na França dinheiro desviado dos cofres da cidade de São Paulo, conforme investigações da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, da Procuradoria da República em São Paulo e da Polícia Federal (PF).
Os magistrados de instrução do Polo Financeiro do Tribunal de Grande Instância de Paris, Henri Pons e Jean-Marie d'Huy, estiveram em São Paulo e Brasília, em 2009, para recolher provas. Na época, o Procurador-Geral de Justiça de São Paulo e o Procurador-Geral da República deram suporte às investigações francesas.
Conforme a decisão, Paulo Maluf e Flavio Maluf foram condenados à pena prisão de 3 anos e ao pagamento de multa de 200 mil euros cada um. Sylvia Maluf foi condenada a 2 anos de prisão e ao pagamento de multa de 100 mil euros. O Tribunal confiscou mais de 1.800.0000 euros que estão depositados em contas de bancos localizados na capital francesa, e ainda expediu mandados de prisão contra os três condenados.
Segundo o Promotor de Justiça Silvio Marques a decisão é fruto de "longo e intenso trabalho de cooperação jurídica internacional entre a França e o Brasil, que contou, ainda, com a participação de membros do Ministério Público e da Polícia da Suíça, dos Estados Unidos da América, da Inglaterra, da Ilha de Jersey e de Luxemburgo".
Paulo Maluf, Flávio Maluf e outras pessoas respondem no Brasil por improbidade administrativa e por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no STF.
A Promotoria de Justiça e a Prefeitura de São Paulo já recuperaram mais de US$ 78 milhões de dólares desde 2013. O total desviado por Paulo Maluf e outras pessoas entre 1993 e 1998, foi de mais de US$ 300 milhões.