A polêmica jurídica sobre os recentes fatos descortinados no cenário político, tem deixado a população, leiga em trâmites processuais e aplicabilidade da lei, nos casos concretos, em absoluta tonteira, sem saber o que realmente está acontecendo e o que pode suceder. Não é por menos, até os juristas mais renomados do País estão alinhando teses antagônicas sobre as possibilidades legais e seus respectivos trâmites. Mas uma coisa é inegável: o Poder Judiciário tem estado à frente em meio a toda essa crise política, destemidamente, inovadoramente, podendo mudar o rumo do país e fazer história.
Aristóteles é considerado o primeiro filósofo a distinguir a ética da política, centrada a primeira na ação voluntária e moral do indivíduo enquanto tal, e a segunda, nas vinculações deste com a comunidade. A obra "Política" discute temas como a sociedade, o homem e seus bens, a arte de conquistar riquezas, a educação dos jovens de uma sociedade, o bem público, o interesse do coletivo, a mulher na sociedade, o escravo, bem como os tipos de governos.
Não posso me furtar de citar o trecho da obra de Aristóteles, que ouso transcrever, pois, esse grande clássico da filosofia que pulsa o gênio aristotélico que percebe a realidade, embora escrita antes de Cristo, parece-me muito atual:
"Capítulo XIV... Uma vez que a sociedade é composta por governantes e governados, consideremos se esses dois grupos devem alterar sua posição ou devem permanecer onde estão durante toda a vida É obviamente necessário que todos os cidadãos deveriam se revezar no poder, nas diferentes áreas do governo... Com efeito, se o governo for injusto, todos os habitantes do país unir-se-ão aos governados no desejo de promover uma revolução impossível que os membros do governo sejam tão numerosos que venham a ser mais poderosos do que a soma de todos os seus inimigos...".