O trabalhador brasileiro tem pouco tempo. Com uma carga pesada de serviço e responsabilidades, o cidadão não consegue fiscalizar quem o representa, por exemplo. Se torna quase impossível a população analisar os contratos feitos pelas prefeituras e os investimentos para os diversos setores. Se não for um vereador da oposição ou um verdadeiro desafeto da administração, as licitações e contratos poucas vezes serão fiscalizados como deveriam. E o que resta é que quando vemos uma obra pronta a imagem não bate muito com o valor gasto nela.
A princípio, podemos estar falando apenas da entrega (parcial) da estação de Suzano, mas não se trata apenas deste caso. Ontem, quem estreou o local não pareceu muito animado ou admirado. As desculpas e respostas da CPTM tentarão sempre amenizar os problemas, que todos sabem que existem. Os milhões investidos na estação não estão visíveis para os passageiros. As catracas são as mesmas, as paredes, o chão, os objetos de sinalização, nada está atraente, bonito ou diferente. Portanto, para onde foram aqueles valores, apenas para derrubar e levantar concreto?
Em Poá temos o enorme problema das enchentes e uma obra que se tornou o "Chatô" do município: o piscinão. Enquanto políticos apontam o dedo uns para os outros, o trabalho, que teve início há muitos anos, ainda não terminou. Quem sofre é a população, pois quando chove forte na cidade, a única certeza é de que o centro da cidade vai alagar.
A transparência dos serviços está para todos, principalmente nos sites das prefeituras, mas, como dito, quem tem tempo para analisar todos os processos? Mais ainda, quem levará uma irregularidade para frente? Jornalistas e advogados são quem mais "fuçam" tais documentos. E com isso os escândalos aparecem, como é o caso do superfaturamento na compra da merenda em várias cidades do Estado.
Muito se fala sobre e até se crítica a Operação Lava Jato, que estaria sendo até mesmo a "culpada" pela crise econômica no País, já que prendendo políticos e empresários que "movimentavam" o dinheiro do Brasil, outros investidores teriam ficado com medo de aplicar as verbas por aqui.
Entre investigações, denúncias e julgamentos, o que a população em geral mais vê na prática são serviços que não combinam com o valor pago por eles, seja na qualidade do asfalto, na estação de trem e nos atrasos constantes de obras importantes. Se a presidente da República quer recorrer ao povo para salvar o País, com a volta da CPMF, o mínimo que merecemos seriam serviços de melhor qualidade.