"Finalmente!", foi a exclamação do papa Francisco ao se encontrar ontem com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca de Moscou Cirilo I, na primeira reunião na história entre os líderes religiosos, mil anos após a cisão.
"Somos irmãos", disse o Pontífice logo em seguida, em espanhol. Durante a conversa, Cirilo disse que "agora as coisas serão mais fáceis (entre as igrejas)". Em resposta, o papa afirmou que "está claro que essa é a vontade de Deus".
O inédito encontro começou logo após o desembarque do papa no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, capital de Cuba. Ao descer do avião da Alitalia que o levou, Francisco foi recebido pelo presidente Raúl Castro, que o acompanhou até o local do encontro com o líder ortodoxo. Os dois religiosos se cumprimentaram com um afetuoso abraço e beijos na bochecha.
Segundo o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, a reunião é um "grande sinal de esperança" e um "momento que dá coragem e ânimo para continuar tentando construir mais relações de ponte, encontro e diálogo".
Em 2016, denominado Ano de Jubileu da Misericórdia, o papa já visitou a Sinagoga de Roma, recebeu convite para ir à Grande Mesquita da capital italiana, anunciou que viajará, em outubro, à Suécia para as celebrações dos 500 anos da Reforma Luterana e se reuniu hoje com Cirilo I.
O encontro acontece em um momento no qual Francisco tem insistido na questão da união entre os cristãos de todo o mundo, principalmente por conta das perseguições em países do Oriente Médio e da África pelo jihadismo islâmico.
Depois da histórica aparição ao lado do patriarca russo, o papa Francisco seguirá para o México, onde ficará até o dia 18 de fevereiro.