As diferenças de tratamento com as obras públicas no Alto Tietê chegam a ser gritantes. E na maioria das vezes as benfeitorias são relacionadas a serviços essenciais, como saúde e educação.
Talvez o problema esteja na quantidade de recursos financeiros que determinada prefeitura tem em comparação com outra. Mas também pode estar na capacidade e na eficiência de gestão do governo em saber trabalhar e fazer acontecer com aquilo que tem à disposição. E quando há mais dinheiro disponível, nem sempre é porque uma cidade foi preterida em face de outra pelos governos estadual e federal, mas possivelmente porque houve mais empenho e vontade política de uma administração em busca de investimento das esferas superiores.
Na região há um exemplo bastante evidente. Enquanto Mogi das Cruzes entregou nesta semana a 54ª unidade de ensino, escola ou creche, desde o primeiro mandato do prefeito Marco Bertaiolli (PSD), em Suzano, governado por Paulo Tokuzumi (PSDB), há empresas que nem mesmo querem assumir a execução de obra na cidade.
Chamou a atenção nesta semana uma situação constrangedora no Miguel Badra Baixo, bairro periférico e carente da cidade. A construção de uma creche está parada desde o ano passado porque a empresa responsável abandonou o serviço. A Prefeitura de Suzano cobrou e notificou, mas não houve retorno. Depois de tanto tempo com a obra estagnada, a segunda colocada foi chamada para assumir. A surpresa foi que ela não quis. O jeito foi convocar a terceira empresa, que ainda não deu resposta. Se não aceitar também, restará a quarta. E se não houver interesse, a saída será fazer um novo processo licitatório.
Enquanto isso a população, que já era para estar usufruindo do serviço, vê o canteiro parado e sem nenhuma perspectiva de inauguração. E se uma nova licitação for feita, é mais dinheiro que se gasta. Agora, por que as empresas não têm interesse?
A creche do Jardim Quaresmeira, por exemplo, será inaugurada amanhã, mas já estava pronta há cinco meses. O problema é que a construtora não recebia da prefeitura e por isso o prédio não era liberado.
É um exemplo inequívoco de como inversões de prioridades e falta de competência podem prejudicar as pessoas. E não se trata de Mogi ser uma cidade "com mais dinheiro" do que Suzano. Mas sim da qualidade daqueles que escolhemos para nos representar e governar a cidade onde moramos. Por isso a importância de votar com consciência e inteligência.