Considero-me alguém que tem uma boa memória. Guardo fatos, fisionomias, datas de aniversário com certa facilidade.
Sou perdida em mapas, mas se for uma vez em determinado lugar, mesmo que passe muito tempo sem voltar, dificilmente vou errar quando tiver que ir novamente. Se contarem para mim alguma coisa, vou sempre me lembrar.
Mas nem sempre é assim. Lógico que há situações em que nem pulando 200 vezes para São Longuinho lembro-me onde deixei determinado objeto.
Isso é um dos esquecimentos mais frequentes. Vivo perdendo coisas dentro do meu próprio apartamento e que eu mesma guardei em um lugar que seria fácil recordar depois.
Também é difícil lembrar de alguns nomes. Olho para a pessoa, lembro que a conheço de algum lugar, muitas vezes até lembro de onde, mas o nome...esse, nem por decreto.
E fica mais complicado quando investimos num diálogo onde a pessoa fala o meu nome. Fico ensaiando para soltar a pergunta que é tão simples, mas ao mesmo tempo tão constrangedora: "Qual o seu nome mesmo"?
Sei lá, resolveria tudo, mas a pessoa pode sentir que é pouco caso e até explicar que é só uma questão de esquecimento, já perdi a amizade. Só resta torcer para uma terceira pessoa aparecer e soltar o nome, aliviando a tensão para mim.
Lembro uma vez que fui a uma loja de calçados e a vendedora me reconheceu. Soltou um sonoro "Oi, Andréia" e eu na hora paralisei, pois a reconheci, mas não tinha ideia do seu nome.
Começamos a conversa e ela me solta um: "Tem ido lá"? Se eu nem lembrava o nome dela, quanto menos iria lembrar de onde a conhecia! Arrisquei e falei sim. Foi quando ela me falou que estava indo em determinado dia, logo descobri o local que estava frequentando.
São perguntas tão simples, mas travamos na hora de reformularmos as questões, não é?
Pelo menos no meu caso é mais para tentar não ofender a pessoa, enfim, esquecimentos assim fazem parte de nossa vida.
Quem sabe é uma questão de evolução do meu ser que uma hora chega, vai saber!