Quantas vezes a vida nos prova que a prática, na teoria, é outra história? Tantos dogmas seguimos e ela sempre prega aquelas peças onde temos que tomar a decisão de acreditar ou não naquilo que a nossa frente é bem diferente.
Quem nunca ouviu falar naquela família onde os pais mantêm os filhos em "rédea curta", com os "bons costumes", se vangloriando que a filha vai casar com o homem mais lindo do mundo, bem de vida, inteligente e que nunca iriam admitir o contrário?
Quando menos se espera, essa filha linda, cheia de si, aparece com alguém tão lindo quanto, mas não nos padrões estipulados por eles, feliz, grávida e dizendo: "Oi, esse é meu futuro marido e estamos felizes"!
A família surta, a mãe ameaça se matar, diz que a filha acabou com a vida dela e que nada mais tem sentido, dando origem a um drama do tipo "novela mexicana de fim de tarde". Passam-se dias e "conformados" com a situação passam a louvar amores pelo neto, pelo genro e voltam a ser a família mais feliz do mundo. Isso tudo não poderia ser evitado se deixassem apenas o amor falar mais alto?
Acredito que nossa vida sempre é feita de encruzilhadas e devemos escolher um caminho usando nosso livre arbítrio. Mas isso também não impede que tenhamos um único caminho a seguir, muitas vezes cercados de dúvidas.
Lembro-me que pequenas quebras de paradigmas me tornaram o que sou hoje. Sair sozinha de casa à noite e ir a um lugar onde sabia que estaria lotado e só conhecia uma pessoa, por mais que seja extrovertida, era inconcebível há algum tempo.
No primeiro convite, neguei, mas sabe quando você fica chateada em casa pensando por que não foi? Assim que fiquei.
Por sorte, tive um segundo convite, e aí eu fui. Foi no meu primeiro sarau e sou grata por ter enfrentado esse conceito de que não deveria sair sozinha à noite. Pode parecer infantil, mas ainda tenho muito a crescer, graças a Deus.
Se cabe um fim para esse texto é que todo dia podemos mudar nossa teoria na prática e enfrentar os desafios que isso nos irá impor.