O debate sobre as inúmeras e profundas contradições da sociedade capitalista antigo. Por mais que o capitalismo tenha fincado suas bases em quase todo planeta ele ainda não conseguiu distanciar a humanidade de algumas de suas profundas feridas.
Uma dessas feridas é o processo de concentração de riquezas. Pelo menos isso é o que nos mostra estudo realizado pela organização não-governamental britânica Oxfam, relativos a outubro de 2015.
A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial agora equivale, pela primeira vez, à riqueza dos 99% restantes. O estudo aponta também que as 62 pessoas mais ricas do mundo possuem uma riqueza equivalente aos 50% mais pobres da população global. Na publicação foi feito um alerta sobre a possibilidade de esses números estarem subestimados, pois os números são estimados incluindo informações de países que não têm estatísticas precisas.
A referida ONG indica ainda que a riqueza pertencente ao 1% mais rico tem aumentado desde 2009, invertendo uma tendência de queda gradual entre 2000 e 2009. Outro dado importante que o estudo informa é que enquanto hoje temos 62 pessoas controlando riqueza equivalente aos 50% mais pobres, em 2010 tínhamos 388 pessoas compondo a mesma riqueza da metade mais pobre.
Inverter tal tendência deveria ser uma preocupação constante dos diversos governos. Ter melhor distribuição de renda e riqueza no mundo melhoraria a capacidade de consumo da população mundial e criaria um ambiente mais favorável para um desenvolvimento econômico sustentável.
O grau de concentração de riqueza tão intenso se reflete quando analisamos as condições econômicas das diferentes nações. Dados do Banco Mundial (Bird) mostra que o abismo entre países ricos e pobres mais que dobrou nos últimos 40 anos. Pouco mais de 1 bilhão de habitantes dos países ricos desfrutam de 82% dos benefícios da globalização e os 18% restantes são divididos pelos 4,8 bilhões que vivem nos 150 países mais pobres. Que mundo desigual, não?